Por Jack Phillips
O presidente russo Vladimir Putin anunciou em 20 de abril que seu país testou o míssil balístico intercontinental Sarmat (ICBM), que está em desenvolvimento há anos. O ocorrido veio junto com a chegada do segundo mês de conflitos com a Ucrânia.
O Sarmat, com capacidade nuclear, apelidado pela OTAN e pelo Ocidente como o “Satan II”, é contado entre as armas da próxima geração de Moscou, incluindo os mísseis hipersônicos Kinzhal, que supostamente foram usados na Ucrânia.
Ao anunciar o teste do ICBM, Putin disse em um discurso televisionado que ele fará os inimigos da Rússia “pensarem duas vezes”. O Ministério da Defesa da Rússia disse através da mídia estatal que o teste bem-sucedido ocorreu no Cosmódromo de Plesetsk, no norte da Rússia, e foi disparado em direção à Península de Kamchatka, localizada na região do Extremo Oriente da Rússia.
“Esta arma verdadeiramente única fortalecerá o potencial de combate de nossas forças armadas, garantirá de maneira confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas e fará com que aqueles que, no calor da retórica agressiva, tentam ameaçar nosso país, pensem duas vezes”, disse Putin, segundo uma tradução.
Armado com várias ogivas nucleares, o míssil Sarmat pode atingir qualquer alvo na Terra, disse Putin. O Ministério da Defesa afirmou anteriormente que o ICBM é projetado para evitar sistemas de defesa antimísseis e é difícil de rastrear.
“O novo complexo tem as mais altas características táticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa antimísseis. Não tem análogos no mundo e não terá por muito tempo”, disse Putin.
O Pentágono disse à Reuters em 20 de abril que a Rússia notificou adequadamente a Casa Branca antes de realizar o lançamento do ICBM. Autoridades de defesa disseram que veem o lançamento como rotina e que não representa uma ameaça maior para os Estados Unidos.
Dias após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, Putin disse que colocou as forças nucleares de seu país em estado de alerta e citou as severas sanções econômicas dos EUA e do Ocidente como uma das razões.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse em 14 de março: “A perspectiva de um conflito nuclear, antes impensável, agora está de volta ao reino das possibilidades”.
No início desta semana, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse a uma emissora indiana que a Rússia não planeja usar armas nucleares durante o conflito na Ucrânia.
Outro alto funcionário do Kremlin, o porta-voz Dmitry Peskov, disse no final do mês passado à emissora PBS que “ninguém está pensando em usar – nem mesmo tem a ideia de usar uma arma nuclear”.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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