Putin condiciona acordo de paz à retirada de tropas ucranianas de diversas regiões do próprio país

Líder russo afirmou que daria fim ao conflito “no mesmo minuto” caso Kiev concordasse com sua proposta

Por Redação Epoch Times Brasil
14/06/2024 20:53 Atualizado: 14/06/2024 20:53

O líder russo, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira (14) que está aberto a negociar o fim do conflito com a Ucrânia, sob a condição de que Kiev retire suas tropas das regiões disputadas por Moscou e desista de seus planos de adesão à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

“Assim que Kiev iniciar a retirada efetiva das tropas das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, e notificar oficialmente o abandono dos planos de integração à OTAN, daremos imediatamente a ordem de cessar-fogo e iniciaremos negociações”, afirmou Putin.

O pronunciamento de Putin ocorreu no Ministério das Relações Exteriores, um dia antes de uma cúpula na Suíça, na qual mais de 90 países e organizações estão programados para discutir uma possível solução para a paz na Ucrânia. A Rússia não foi convidada para o evento e a classificou como inútil.

Segundo Mykhailo Podolyak, conselheiro oficial da Presidência da Ucrânia, “não há proposta real de paz” e considerou o conteúdo das declarações de Putin como “altamente ofensivo”. A crítica foi postada em seu perfil oficial no X, antigo Twitter.

O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, também rechaçou as condições, classificando-as como propostas de “mais agressão, mais ocupação”. Além disso, Putin criticou o plano de financiamento anunciado durante a cúpula do G7, chamando-o de “roubo” dos ativos russos.

Na quinta-feira (13), líderes dos países da cúpula se encontraram na Itália e divulgaram que concordaram em conceder um empréstimo de US$ 50 bilhões (aproximadamente R$ 270 bilhões) para a Ucrânia, utilizando os juros provenientes de ativos russos congelados pelo Ocidente. 

Após a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, os aliados ocidentais congelaram aproximadamente 300 bilhões de euros (cerca de R$ 1,75 trilhão) em ativos russos. Os rendimentos desses fundos serão empregados para financiar um empréstimo de US$ 50 bilhões, destinado à Ucrânia para a compra de armamentos e a reconstrução do país devastado pela invasão dos russos.