O líder russo, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira (14) que está aberto a negociar o fim do conflito com a Ucrânia, sob a condição de que Kiev retire suas tropas das regiões disputadas por Moscou e desista de seus planos de adesão à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
“Assim que Kiev iniciar a retirada efetiva das tropas das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, e notificar oficialmente o abandono dos planos de integração à OTAN, daremos imediatamente a ordem de cessar-fogo e iniciaremos negociações”, afirmou Putin.
O pronunciamento de Putin ocorreu no Ministério das Relações Exteriores, um dia antes de uma cúpula na Suíça, na qual mais de 90 países e organizações estão programados para discutir uma possível solução para a paz na Ucrânia. A Rússia não foi convidada para o evento e a classificou como inútil.
Segundo Mykhailo Podolyak, conselheiro oficial da Presidência da Ucrânia, “não há proposta real de paz” e considerou o conteúdo das declarações de Putin como “altamente ofensivo”. A crítica foi postada em seu perfil oficial no X, antigo Twitter.
O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, também rechaçou as condições, classificando-as como propostas de “mais agressão, mais ocupação”. Além disso, Putin criticou o plano de financiamento anunciado durante a cúpula do G7, chamando-o de “roubo” dos ativos russos.
Na quinta-feira (13), líderes dos países da cúpula se encontraram na Itália e divulgaram que concordaram em conceder um empréstimo de US$ 50 bilhões (aproximadamente R$ 270 bilhões) para a Ucrânia, utilizando os juros provenientes de ativos russos congelados pelo Ocidente.
Após a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, os aliados ocidentais congelaram aproximadamente 300 bilhões de euros (cerca de R$ 1,75 trilhão) em ativos russos. Os rendimentos desses fundos serão empregados para financiar um empréstimo de US$ 50 bilhões, destinado à Ucrânia para a compra de armamentos e a reconstrução do país devastado pela invasão dos russos.