O líder da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta sexta-feira (18) que não participará da próxima cúpula do Grupo dos Vinte (G20) no Brasil por causa da ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra ele, já que sua presença atrapalharia os trabalhos normais desta reunião.
“Entendemos perfeitamente que, mesmo que deixássemos de lado o TPI, todos falariam apenas sobre isso. Na verdade, impediríamos o trabalho do G20. Por quê?”, declarou Putin em reunião com os chefes das principais agências de notícias dos países do BRICS.
Putin acrescentou que mantém “relações magníficas e amistosas” com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de modo que não faria sentido viajar “para afetar o trabalho normal de todo esse fórum”.
“Entendemos tudo o que está acontecendo na Rússia. E eu também entendo”, afirmou.
Putin destacou que o TPI “não é universal”.
“É uma daquelas organizações internacionais cuja jurisdição a Rússia não reconhece. O mesmo acontece com muitos outros países do mundo. Acho que os Estados Unidos também não a reconhecem, a China não a reconhece, a Turquia não a reconhece… Portanto, não acho que seja ruim haver uma organização internacional como essa, mas ela precisa ser universal”, declarou.
O TPI emitiu um mandado de prisão para Putin em março de 2023 por seu suposto papel na deportação sistemática de crianças ucranianas para a Rússia, o que impôs restrições consideráveis à sua capacidade de viajar.