O líder da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que, se a Ucrânia continuar seus “ataques” na fronteira, a Rússia será forçada a criar o que chamou de “zona sanitária” no território do país vizinho.
“Se isso continuar, possivelmente teremos que estudar a questão, e digo isso com muito cuidado, de criar no território da Ucrânia uma espécie de zona sanitária a uma distância tal que seja impossível chegar ao nosso território”, afirmou Putin durante uma reunião com correspondentes de guerra russos no Kremlin transmitida pela televisão pública.
Durante o encontro, o presidente russo admitiu a necessidade de proteger melhor a fronteira de ataques, sabotagens e incursões ucranianas, especialmente na região de Belgorod.
“Claro que temos de proteger os nossos cidadãos (…), temos de reforçar a segurança da fronteira”, ressaltou.
“O processo está correndo bastante rápido. Este problema vai ser resolvido”, declarou Putin, amplamente criticado pela gestão da crise provocada em vários distritos de Belgorod pelas incursões de paramilitares russos leais a Kiev.
A este respeito, frisou que nesta região, que partilha uma fronteira de 540 quilômetros com a Ucrânia, “não há ninguém” dos inimigos, uma vez que o Exército e os guardas de fronteira operam ativamente em Belgorod.
Além disso, sugeriu que Kiev quer que Moscou desvie suas tropas da frente de batalha para a fronteira com a Ucrânia, algo que descartou totalmente.
Sobre os ataques de drones em território russo, Putin também reconheceu que a defesa antimísseis é projetada contra aeronaves e mísseis, e que aeronaves não tripuladas modernas são feitas de materiais leves, “feitas de madeira, são bastante difíceis de detectar”.
“Claro, teria sido melhor se tivesse sido feito na hora certa e de forma adequada”, declarou, embora tenha se mostrado “convencido” sobre a defesa de Moscou e outras grandes cidades.
No início de maio, dois drones atingiram a cúpula do Palácio do Senado, onde fica o gabinete pessoal do presidente russo.
Por fim, Putin considerou desnecessário decretar a lei marcial no país, o que tem sido solicitado por alguns políticos e blogueiros militares, uma vez que tal regime significaria a mobilização de milhões de reservistas.
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