Por Jack Phillips
O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu nesta segunda-feira o conflito na Ucrânia durante seu discurso anual do “Dia da Vitória”, pedindo aos militares do país que busquem a vitória.
Defender a Rússia “quando seu destino está sendo decidido sempre foi sagrado”, disse ele a uma multidão em Moscou. “Hoje você está lutando por nosso povo em Donbass, pela segurança da Rússia, nossa pátria”.
Houve especulações de que o líder russo usaria o Dia da Vitória para anunciar que a Rússia havia vencido na Ucrânia ou anunciaria uma guerra total contra o país, já que as forças de Moscou permanecem atoladas desde o início da invasão de 24 de fevereiro. Putin, no entanto, não usou o discurso para anunciar uma escalada no conflito e, em vez disso, disse que as potências ocidentais provocaram a Rússia.
Ele alegou que a OTAN começou a desenvolver ativamente a infraestrutura militar em partes da Ucrânia que estão próximas à Rússia, dizendo que tais movimentos criam uma ameaça à soberania de Moscou.
“Vimos como a infraestrutura militar estava se desdobrando, como centenas de conselheiros estrangeiros começaram a trabalhar lá, com as armas mais modernas sendo entregues regularmente dos países da OTAN”, disse Putin.
“O perigo aumentava a cada dia. A Rússia ofereceu uma rejeição preventiva à agressão… esta foi uma ação forçada e oportuna e a única decisão correta, tomada por um país forte e independente”, acrescentou, argumentando que o Ocidente e a OTAN estavam “se preparando para a invasão de nossa terra, incluindo a Crimeia”, segundo uma tradução.
Enquanto isso, na segunda-feira, o homólogo ucraniano de Putin, Volodymyr Zelenskyy, disse na segunda-feira que as forças de Kiev venceriam e não cederiam uma única parcela de terra.
“No Dia da Vitória sobre o Nazismo, lutamos por uma nova vitória. O caminho para isso é difícil, mas não temos dúvidas de que venceremos”, disse Zelenskyy, segundo relatos.
A Ucrânia não está realizando nenhum evento público para 9 de maio por medo de bombardeios. Alguns lugares impuseram um toque de recolher de domingo à noite até terça de manhã.
Nos últimos dias, a Rússia reorientou suas forças militares no leste da Ucrânia, ou seja, perto de Mariupol, onde as forças russas bombardearam a siderúrgica Azovstal. Autoridades ucranianas disseram na segunda-feira que a Rússia intensificou seus ataques com mísseis em outras partes do país.
Azovstal, um vasto complexo de edifícios e túneis subterrâneos, é o último reduto das tropas ucranianas em Mariupol, cuja captura ajudaria a ligar as áreas ocupadas pelos russos no sul e no leste da Ucrânia e cortar o acesso da Ucrânia ao mar de Azov.
A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar, disse que as forças russas agora estão tentando avançar no leste da Ucrânia, onde a situação é “difícil”, mas voltaram da cidade de Kharkiv, onde uma autoridade local relatou intenso bombardeio russo.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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