Em meio a acusações de fraude nas eleições venezuelanas, o Partido dos Trabalhadores (PT) assinou a uma resolução do Foro de São Paulo que reconhece a vitória de Nicolás Maduro.
Elaborado durante uma reunião do grupo de extrema esquerda no México, o documento expressa solidariedade ao regime de Maduro e critica a “atuação da extrema direita” no cenário internacional.
“Diante da atuação da extrema direita, torna-se um imperativo para nossas forças políticas fazer um chamado ao respeito pela institucionalidade democrática da Venezuela e pela autodeterminação do povo venezuelano em relação aos resultados eleitorais que deram a vitória ao presidente Maduro”, diz um trecho do documento.
Segundo a CNN Brasil, Mônica Valente, secretária executiva do Foro e membro da executiva nacional do PT, participou da reunião, mas a divulgação da resolução foi evitada para não causar repercussões negativas ao partido.
A resolução também acusa a direita de espalhar “perversas políticas ultraneoliberais e conservadoras, contra a imigração, os direitos das mulheres e a diversidade de gênero, além da negação dos efeitos das mudanças climáticas”.
“Esse discurso representa uma ameaça não apenas aos nossos povos, mas a todo o planeta”, completa o texto.
ONU diz que Maduro cometeu crimes contra a humanidade
A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um relatório acusando o regime de Nicolás Maduro de cometer crimes contra a humanidade na Venezuela.
O documento, divulgado na terça-feira (15), detalha como o regime se envolveu em perseguições políticas e repressões violentas a manifestações, resultando na morte de 25 pessoas durante os protestos.
De acordo com a missão internacional da ONU, as violações ocorreram antes, durante e após as controversas eleições presidenciais de julho.
Durante esse período, além das mortes, centenas de pessoas ficaram feridas e milhares foram detidas por exercerem seu direito à liberdade de expressão.
O relatório destaca que essas ações foram realizadas com uma intenção discriminatória, configurando o crime de perseguição por motivos políticos.
Aliado ao regime venezuelano, o PT ainda não comentou sobre a assinatura da resolução do Foro de São Paulo nem sobre as acusações da ONU contra Nicolás Maduro.