Na última quinta-feira (28) a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), e o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) se reuniram em Havana com o ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e o secretário de Organização do Partido Comunista Cubano, Roberto Morales, com o intuito de formalizar um acordo entre as legendas.
Segundo o PT, o tratado firmado com o Partido Comunista de Cuba visa fortalecer os laços interpartidários e promover a troca de experiências, em linha com um acordo similar estabelecido previamente com o Partido Comunista da China, em setembro do ano passado.
O ditador cubano, Miguel Díaz-Canel, compartilhou imagens do encontro com a líder do PT em suas redes sociais, enviando “saudações afetuosas” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em seu perfil no X, Díaz-Canel escreveu: “Mantive conversas com a presidente do Partido dos Trabalhadores, @gleisi. Concordamos com o excelente estado dos laços entre ambas as organizações políticas e com a importância de aprofundá-los. Enviei saudações afetuosas ao Presidente @LulaOficial, líder do PT”.
Brasil alinhado a ditaduras
Desde que assumiu a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva tem sido alvo de críticas devido à sua colaboração com regimes ditatoriais, o que tem suscitado preocupações sobre a posição do Brasil no cenário internacional.
Além dos acordos oficiais estabelecidos com os partidos comunistas da China e de Cuba, em fevereiro deste ano o governo anunciou o envio de aproximadamente 125 toneladas de leite em pó produzido no Brasil para a ditadura cubana.
O presidente brasileiro visitou a ilha caribenha em setembro do ano passado e, na ocasião, defendeu o fim dos embargos impostos a Cuba.
“Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”, afirmou Lula.
Anteriormente, dois navios iranianos anteriormente alvo de sanções dos EUA atracaram no Rio de Janeiro em fevereiro de 2023. O episódio foi recebido com ameaças de sanções ao Brasil pelo senador americano Ted Cruz.
Gleisi cita “nova ordem mundial”
Quando firmou um acordo similar ao de Cuba com o Partido Comunista Chinês em setembro do ano passado, a presidente do PT fez referência à responsabilidade compartilhada dos partidos em direção a uma “nova ordem mundial”.
No discurso, Gleisi Hoffmann afirmou que a cooperação entre as duas legendas seria importante “em um mundo cada vez mais multipolar” e completou: “Temos grandes responsabilidades em uma nova ordem mundial, menos assimétrica”.
Li Xi, membro de destaque no alto escalão do Partido Comunista Chinês, igualmente ressaltou que essa troca de compromissos elevaria a relação com o PT “a um nível superior”.