As forças de segurança russas já prenderam mais de mil pessoas durante um protesto nacional convocado por um movimento pacifista nesta quarta-feira contra a mobilização de reservistas anunciada pelo presidente Vladimir Putin como parte da ofensiva militar na Ucrânia.
“Mais de 1.113 pessoas detidas em 38 cidades” até as 15h36 (horário de Brasília), informou a organização independente OVD-Info, que acompanha as detenções e foi declarada agente estrangeira na Rússia. O registro de detenções tem aumentado rapidamente.
A organização conta os detidos em Moscou, São Petersburgo, Ecaterimburgo, Perm, Ufa, Krasnoyarsk, Chelyabinsk, Irkutsk, Novosibirsk, Yakutsk, Ulan-Ude, Arkhangelsk, Korolev, Voronezh, Zheleznogorsk, Izhevsk, Tomsk, Salavat, Tyumen, Volgogrado, Petrozavodsk, Samara, Surgut, Smolensk, Belgorod e outras cidades.
O Ministério Público de Moscou advertiu que será punida com até 15 anos de prisão a organização e participação em atos ilegais. Também será punido de forma administrativa ou penal divulgar convocações para atos ilegais e realizar atos ilegais em redes sociais, além de convocar menores de idade para participar de tais iniciativas.
Ao menos 409 pessoas foram presas na capital e pelo menos 444 em São Petersburgo, de acordo com a mesma fonte.
O centro de Moscou, onde centenas de manifestantes se reuniram na rua Arbat, as detenções pela polícia antidistúrbios começaram assim que o protesto começou, segundo comprovou a Agência Efe.
As pessoas reunidas no protesto gritaram “não à guerra” em meio a aplausos e “Putin para a trincheira”. Um manifestante com um cartaz de protesto foi imediatamente detido por agentes, que o levaram embora. Outros criticaram que “a polícia é a vergonha da Rússia”.
“Por que estão fazendo isto se amanhã vocês serão enviados para a guerra na Ucrânia? Morrer para quê?”, perguntaram alguns manifestantes aos policiais.
Os cânticos também incluíam “vida para os nossos filhos”, uma referência às declarações do chefe do Comitê de Defesa da Câmara dos Deputados, Andrei Kartapolev, segundo as quais os primeiros a serem mobilizados serão oficiais de reserva com menos de 35 anos e oficiais com menos de 45 anos.
Os cidadãos tentaram criar correntes humanas para impedir detenções, enquanto os policiais criaram cordões para impedir que a passagem dos manifestantes, que pretendem caminhar pela rua Arbat até o Ministério das Relações Exteriores.
Pouco depois, as forças da ordem começaram a esvaziar a área e a empurrar os manifestantes para o início da rua.
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