Protestos contra Maduro se estendem até madrugada em várias áreas de Caracas

Manifestações ocorrem um dia antes da jornada convocada pelo antichavismo para amanhã em rejeição à ilegitimidade do novo mandato presidencial assumido por Maduro há quase duas semanas e que o manterá no cargo, pelo menos, até 2025

22/01/2019 10:36 Atualizado: 22/01/2019 10:36

Por Agência EFE

Dezenas de protestos populares que tiveram início na noite de segunda-feira (21) se estenderam até a madrugada de hoje, em Caracas, capital da Venezuela, especialmente em áreas consideradas redutos do oficialismo, onde os manifestantes pedem o fim da ditadura de Nicolás Maduro.

O Observatório Venezuelano de Conflito Social (OVCS) estimou em 30 as manifestações registradas perto da meia-noite na capital do país, a maioria em bairros do município de Libertador, um território governado pelo oficialismo e onde estão localizadas todas as sedes dos poderes públicos.

(Yuri Cortez/AFP/Getty Images)
(Yuri Cortez/AFP/Getty Images)

Boa parte desses protestos continuaram nas primeiras horas de hoje e os cidadãos relataram isso através das redes sociais, onde publicaram várias fotografias e vídeos mostrando estradas fechadas, assim como as pessoas nas ruas gritando palavras de ordem contra o governo.

Embora nenhuma autoridade tenha se pronunciado sobre os atos, diversas imagens mostram as forças da ordem tentando dissuadir as manifestações, em alguns casos disparando gás lacrimogêneo em áreas residenciais.

O Programa Venezuelano de Educação e Ação em Direitos Humanos (Provea) informou, através do Twitter, do uso de tanques da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) na paróquia El Valle “para tentar acabar” com um protesto.

Dois cidadãos de Caracas, que residem em setores diferentes e que preferiram conservar o anonimato, contaram à Agência EFE que os disparos e detonações continuaram durante a madrugada, por isso muitos moradores decidiram resguardar-se em suas casas, algumas das quais terminaram com vidros quebrados.

Estas manifestações ocorrem um dia antes da jornada convocada pelo antichavismo para amanhã, em rejeição à ilegitimidade do novo mandato presidencial assumido por Maduro há quase duas semanas e que lhe manterá no cargo, pelo menos, até 2025.

(Yuri Cortez/AFP/Getty Images)
(Yuri Cortez/AFP/Getty Images)