Por Agência EFE
ONGs e políticos opositores reportaram nesta segunda-feira(28), através das redes sociais, protestos nas ruas de seis dos 23 estados da Venezuela, devido a falhas nos serviços de fornecimento de eletricidade, água, gás e combustível, resultando
em muitas manifestações nos últimos dias.
O Observatório Venezuelano de Conflitividade Social (OVCS) contabilizou desde a sexta-feira passada cerca de cem protestos em quase todas as regiões do país motivados pelos mesmos problemas. As forças de segurança utilizaram gás lacrimogêneo e munição em alguns dos protestos ocorridos nesta segunda-feira(28).
O governador de Nueva Esparta (nordeste), o opositor Alfredo Díaz, disse que a “incapacidade” do governo, que controla esses serviços no país, “é insuportável e a principal razão dos protestos” na região, que nas últimas 72 horas registrou mais de uma dez manifestações nas ruas.
“Nueva Esparta se levanta para lutar pelas justas demandas de sua população”, disse Díaz no Instagram, onde compartilhou fotos que mostram cidadãos bloqueando estradas e queimando pneus.
A imprensa local noticiou outras manifestações nos estados de Falcón, Aragua, Anzoátegui, Lara e Sucre, a maioria delas relacionadas com a grave escassez de combustível, que obriga os venezuelanos a fazer filas por dias nos postos de gasolina para reabastecer.
DANOS HUMANOS E MATERIAIS
No caso de Sucre (nordeste), os policiais dispersaram com gás e tiros uma manifestação que exigia gás de cozinha, produto que está escasso em todo o país, forçando milhões de pessoas a cozinharem a lenha.
Pelo menos um homem ficou ferido neste protesto pelo que parecem ser ter sido tiros, de acordo com vários vídeos que circulam no Twitter.
Além disso, cerca de 30 pessoas foram detidas e pelo menos um prédio público foi danificado após uma série de protestos no estado de Yaracuy (oeste) no sábado, de acordo com relatórios de organizações não governamentais.
De acordo com dados do OVCS, a Venezuela encerrou agosto com 748 protestos motivados pela precariedade dos serviços, especialmente a escassez de gasolina, mas também devido à dificuldade de acesso a medicamentos e alimentos e à “pulverização dos salários”.
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