Cerca de duas mil pessoas se reuniram em Berlim no domingo (17) para protestar contra o líder russo Vladimir Putin e a guerra na Ucrânia.
A manifestação começou na Potsdamer Platz e seguiu até a embaixada russa, passando por marcos históricos como o antigo Checkpoint Charlie.
Os manifestantes, com faixas e cartazes clamando por “liberdade para a Rússia” e “sem Putin, sem guerra”, demonstraram seu desejo de liberdade de expressão e democracia na Rússia.
A comunidade russa na Alemanha, que abriga cerca de 235 mil cidadãos, deu forte apoio ao evento.
Durante o protesto, foram lembradas as dificuldades enfrentadas pelos prisioneiros políticos na Rússia e as severas condições do sistema prisional, particularmente nas regiões remotas como a Sibéria.
Konstantin Kotov, que esteve em um dos complexos prisionais onde Alexei Navalny, opositor morto em fevereiro deste ano, cumpriu pena, contou à BBC News Mundo sobre o controle rigoroso exercido pelas autoridades sobre os detentos, com monitoramento constante e severas limitações para o acesso a advogados.
Essa realidade também foi mencionada por Navalny em uma de suas últimas postagens, em que destacou a vigilância implacável nas prisões russas.
Líderes da oposição no exílio marcam presença
Entre os participantes da manifestação estavam figuras de destaque da oposição russa, como Yulia Navalnaya, viúva de Alexei Navalny, Vladimir Kara-Murza e Ilya Yashin.
Yulia Navalnaya se consolidou como uma importante voz de resistência desde a morte de seu marido, Alexei Navalny, em fevereiro, em uma prisão russa na Sibéria. Exilada, ela segue buscando preservar o legado de Navalny e assumir um papel ativo na luta pela democracia e liberdade de expressão.
Vladimir Kara-Murza, com uma trajetória de defesa da democracia, iniciou sua militância como aliado de Boris Nemtsov, assassinado em 2015. Ex-diretor da ONG Open Russia, Kara-Murza sobreviveu a duas tentativas de envenenamento, que acredita serem orquestradas pelo regime de Putin. Em 2022, foi preso após críticas à invasão da Ucrânia.
Ilya Yashin, por sua vez, foi líder do Partido da Liberdade do Povo (PARNAS) e se tornou um símbolo da oposição. Ele foi preso logo após o início da guerra, acusado de desacreditar as forças armadas russas ao criticar as mortes de civis ucranianos em Bucha, nos arredores de Kiev.