Submarinos que transportam mísseis balísticos com ogivas nucleares são leviatãs apocalípticos, lançadores de mísseis que se movem furtivamente, e a Coreia do Norte possui essa arma.
Da tríade nuclear possuída pelos Estados Unidos – lançadores terrestres de mísseis balísticos, bombardeiros com bombas ou mísseis nucleares e submarinos com mísseis nucleares – os submarinos são, sem dúvida, os mais mortíferos. Eles são praticamente indetectáveis, podem se aproximar do inimigo furtivamente e são muito difíceis de contra-atacar.
Tudo isso explica por que os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão estão atualmente se exercitando para detectar e interceptar mísseis aéreos.
Um oficial da defesa dos EUA não pôde confirmar se o exercício atual é voltado especificamente para mísseis balísticos lançados por submarinos, mas apenas que a Marinha dos EUA estava participando e que o exercício permitiria aos participantes compartilhar informações e desenvolver “uma imagem operacional comum”.
O funcionário também confirmou que o USS Stethem, um contratorpedeiro da classe Arleigh Burke do sistema de combate Aegis, fazia parte dos exercícios.
Embora seja pouco conhecido o programa de submarino da Coreia do Norte, ele é amplamente visto como um foco principal do programa nuclear do regime de Kim Jong-un.
O programa de submarino da Coreia do Norte tem sido evidente mesmo a partir de imagens de satélite comercial obtidas pelo 38 North, um website especializado em informações e análises sobre a Coreia do Norte.
“A Coreia do Norte segue um cronograma agressivo para construir e implantar seu primeiro submarino operacional de mísseis balísticos”, informou o 38 North em 16 de novembro, com base em fotos de satélite comercial do Estaleiro Sinpo do Sul da Coreia do Norte.
Peças e componentes foram vistos entrando nas estruturas de construção do estaleiro, bem como seções do que parecia ser um casco de pressão para submarino, indicando que a Coreia do Norte está construindo um segundo submarino.
O novo submarino seria uma evolução do submarino experimental de mísseis balísticos da classe Sinpo do regime.
O website disse que um dispositivo de lançamento apareceu visivelmente na torre de serviço no local de teste de mísseis.
Usando imagens de satélite, os EUA e as agências de inteligência sul-coreanas suspeitaram que o novo míssil balístico lançado por submarino (MBLS) que a Coreia do Norte está desenvolvendo para este submarino seria três metros mais longo do que o modelo anterior Pukguksong-1.
O regime comunista da Coreia do Norte testou com sucesso aquele MBLS em agosto de 2016, embora poucos detalhes sejam conhecidos sobre o míssil.
Esse tamanho maior do novo míssil indica que provavelmente ele tem muito mais combustível do que seu antecessor.
“Se o míssil for três metros maior, o peso total provavelmente será de 28 toneladas. Se o alcance projetado do Pukkuksong-1 for de 1.600 quilômetros, o novo poderia ter uma autonomia de até 4 mil quilômetros. Isso colocaria Guam dentro de sua faixa de alcance”, disse o professor Chang Yung-keun, da Universidade Aeroespacial da Coreia.
A Coreia do Norte vazou fotos da nova arma em julho passado e acredita-se que o regime esteja construindo um submarino de três mil toneladas capaz de lançá-la.
Os mísseis balísticos lançados por submarinos impõem uma série de desafios, mesmo para os Estados Unidos.
Os mísseis balísticos intercontinentais lançados por terra são mais fáceis de detectar. No caso de silos de mísseis, sua localização já é conhecida. É por isso que às vezes eles são considerados a perna “usem-nos ou perca-os” do tripé nuclear, porque os inimigos os atacarão o mais rápido possível durante um conflito.
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Os sensores de satélite e radar dos EUA também são capazes de detectar um míssil balístico intercontinental (ICBM) lançado por terra quase que instantaneamente, dando a defesa de mísseis balísticos cerca de 30 a 40 minutos para neutralizar o míssil antes que chegue ao continente americano.
Os submarinos, no entanto, permanecem extremamente furtivos. Embora seja pouco conhecido o programa de submarino da Coreia do Norte, um submarino sueco com motor a diesel e comparativamente pequeno provou o perigo dessas armas.
Esta nova geração de submarinos a diesel é ainda mais difícil de detectar inclusive do que os submarinos furtivos dos EUA, que precisam de bombas de refrigeração em suas reações. Em 2005, um submarino sueco deste novo tipo, o HSMS Gotland, mostrou-se indetectável ao porta-aviões USS Ronald Reagan durante exercícios conjuntos.
O Reagan, por coincidência, é o porta-aviões mais próximo da Coreia do Norte.
Em exercícios durante mais de dois anos, o Gotland “destruiu” uma lista humilhante de navios e submarinos dos EUA, deixando os especialistas antissubmarinos dos EUA desmoralizados, disse o analista naval Norman Polmar ao National Interest.