Profissionais judeus de Hollywood assinam carta contra diretor de Zona de Interesse

Por Agência de Notícias
19/03/2024 21:40 Atualizado: 19/03/2024 21:40

Mais de 500 realizadores, executivos e profissionais de Hollywood de confissão judaica denunciaram em uma carta aberta o discurso pró-palestino que Jonathan Glazer, diretor do aclamado Zona de Interesse, fez na cerimônia do Oscar, em 10 de março, quando recebeu o prêmio de melhor filme internacional.

A lista, publicada com exclusividade na segunda-feira pela revista Variety, reuniu inicialmente cerca de 450 assinaturas, mas até a tarde desta terça-feira o número de pessoas que se juntaram à reclamação havia ultrapassado 500, de acordo com o portal Hollywood Reporter.

Entre as centenas de nomes que assinaram a carta estão Gary Gilbert (produtor de La La Land), a atriz Jennifer Jason Leigh (Os Oito Odiados), o ator Brett Gelman (Stranger Things), a produtora Amy Pascal (Homem-Aranha: De Volta ao Lar) e Amy Sherman-Palladino, criadora de Gilmore Girls.

Os signatários criticam as palavras de Glazer ao receber o Oscar por Zona de Interesse, um filme sobre a vida de uma família alemã que mora ao lado de um campo de concentração onde é realizado o extermínio de judeus.

“Todas as nossas escolhas foram feitas para refletir e nos confrontar no presente, não para dizer ‘veja o que eles fizeram naquela época’, mas sim, ‘veja o que estamos fazendo agora’. Estamos aqui como pessoas que rejeitam o fato de seu judaísmo e o Holocausto terem sido sequestrados por uma ocupação que colocou tantas pessoas inocentes em conflito”, disse Glazer ao receber a estatueta.

Em resposta a essas palavras, os signatários da carta dizem que rejeitam que seu judaísmo seja “sequestrado” com o objetivo de comparar “um regime nazista que buscou exterminar uma raça de pessoas com uma nação israelense que busca evitar seu próprio extermínio”.

Eles também criticam o uso da palavra “ocupação” para “descrever um povo judeu originário que defende uma pátria que remonta a milhares de anos e foi reconhecida como um Estado pelas Nações Unidas”, porque, de acordo com os signatários, as palavras de Glazer dão crédito ao discurso antissemita difundido “em todo o mundo, nos Estados Unidos e em Hollywood”.

Israel não está atacando civis, está atacando o Hamas. No momento em que o Hamas liberar os reféns e se render, essa guerra desoladora terminará”, acrescenta a carta, sobre a qual Jonathan Glazer não comentou.