Procurador venezuelano acusa Lula de usar acidente doméstico para mentir aos BRICS

Por Agência de Notícias
26/10/2024 17:43 Atualizado: 26/10/2024 17:43

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou neste sábado (26) o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de aproveitar o acidente que sofreu há uma semana, no qual bateu a nuca após cair na residência oficial da Presidência, para “mentir” aos BRICS e assim vetar a entrada venezuelana no grupo.

“Lula reapareceu sorridente e ileso, deixando claro que usou o dito ‘acidente’ para mentir para o Brasil, aos BRICS e ao mundo inteiro, fato pelo qual deveria ser investigado”, disse Saab no Instagram.

O procurador sustentou que há um “grande mal-estar” na esquerda latino-americana e nos “movimentos revolucionários do mundo” devido à “atuação indigna e desastrosa do governo Lula na cúpula dos BRICS, realizada esta semana na Rússia, ao “vetar e atacar covardemente a Venezuela, seguindo obedientemente as instruções dos inimigos históricos de nossos povos”.

Da mesma forma, disse ter recebido informações de “fontes diretas e próximas” no Brasil que lhe informaram que o petista “manipulou um suposto acidente” para usá-lo como “álibi, para não comparecer” à cúpula do BRICS, e que esta versão “nada mais foi do que um engano para perpetrar o veto contra a Venezuela”.

“O que aconteceu com muita força como boato, infelizmente, parece ser corroborado com um vídeo divulgado ontem, onde o presidente Lula é visto saudável, no uso de suas faculdades e agindo com total cinismo”, acrescentou.

Ontem, o boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, para onde Lula se dirigiu, indicava que o presidente “está apto para cumprir sua rotina de trabalho” no Distrito Federal.

O presidente não pôde viajar esta semana à Rússia para a cúpula de líderes dos BRICS, fórum de economias emergentes integrado por nove países, incluindo Brasil, Rússia e China, por causa daquele acidente doméstico.

Ontem, Lula reapareceu em evento oficial no Palácio do Planalto, sede da presidência, para participar da assinatura de um acordo de reparação às vítimas da tragédia de Mariana (MG), ocorrida em 2015.

Fontes do governo federal disseram à Agência EFE na sexta que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, tentou pressionar “na última hora” para que seu país fosse incluído na lista de Estados associados aos BRICS, ao que o Brasil reagiu manifestando-se contra de forma “enfática”.

O Brasil recusou permitir que a Venezuela ingressasse na lista de países associados porque, “neste momento”, as relações entre “não são amigáveis”, segundo fontes.

Ao final da cúpula, o regime de Maduro descreveu o veto do Brasil como um “gesto hostil” e uma “agressão” contra os interesses da nação.