O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Gabriel Boric, do Chile, de serem “agentes da CIA”.
Em entrevista ao canal Globovisión, Saab focou suas críticas em Lula, afirmando que o presidente “não é mais a mesma pessoa” desde que saiu da prisão em 2019, tanto na aparência quanto na forma de se expressar.
Ele também levantou dúvidas sobre o processo de “reabilitação política” de Lula após sua saída da cadeia: “Lula vai preso por corrupção e, de repente, aparece habilitado como se nada tivesse acontecido”, declarou.
Além disso, Saab defendeu Nicolás Maduro, questionando: “Você (Lula) ganhou porque um tribunal eleitoral determinou sua vitória. Por que isso é aceitável para você, mas não para Nicolás Maduro?”.
Em relação a Boric, afirmou que o presidente chileno “traiu a juventude mártir que lutou contra [Sebastián] Piñera”, referindo-se aos protestos sociais no Chile contra o governo conservador.
“Quem é o porta-voz que eles colocam dizendo as coisas mais bárbaras contra nosso país através dessa chamada ‘esquerda’? O senhor Boric, que agora está acompanhado por Lula. Para mim, Lula foi cooptado na prisão. Essa é a minha teoria. (…) Parte dessa chamada esquerda cooptada pela CIA e pelos Estados Unidos”, disse Saab.
Desde 2017, Saab lidera a Procuradoria-Geral da Venezuela e é conhecido por seu apoio incondicional ao regime de Maduro, além de sua atuação na perseguição a opositores.
Desde a adolescência, ele se uniu ao grupo radical liderado por Douglas Bravo, um militante histórico da esquerda guerrilheira. Bravo, falecido em 2021, era considerado um mentor por Saab, que o chamava de irmão.
Sua influência se estendeu a Maduro e Hugo Chávez, embora Bravo tenha se tornado crítico dos dois ditadores mais tarde.