O procurador de Magdeburg, Horst Nopens, disse neste sábado (21) que o atropelamento múltiplo ocorrido ontem em uma feira de Natal nesta cidade do leste da Alemanha foi “um atentado”, embora ainda não esteja claro se a ação teve motivação terrorista.
“Estamos falando de um atentado, e se foi um atentado terrorista ainda não sabemos”, afirmou o procurador em entrevista coletiva sobre um ataque cujo último balanço, segundo as autoridades, inclui cinco mortos – quatro adultos e uma criança de 9 anos – e 200 feridos, 41 deles em estado grave.
Segundo Nopens, o suposto autor do ataque, identificado pela imprensa alemã como um psiquiatra saudita que chegou à Alemanha em 2006, a quem foi concedido o estatuto de refugiado em 2016 e que encontra-se atualmente sob custódia policial, falou sobre as razões que o levaram a cometer o ato pelo qual agora enfrenta cinco acusações de assassinato e 200 de tentativa de homicídio.
No entanto, o procurador não entrou em detalhes sobre as motivações do detido, que ainda precisam ser investigadas para apurar o que de fato o levou a cometer o atentado.
“Temos que avaliar dispositivos de armazenamento de dados, computadores, dispositivos móveis e, no final, saberemos ou esperamos saber o que o moveu”, disse Nopens, acompanhado por Tom Oliver Langhans, diretor do Departamento de Polícia de Magdeburg, e Ronni Krug, vereador da cidade.
O primeiro detalhou como o atropelamento múltiplo de sexta-feira ocorreu em apenas três minutos e culminou com a prisão do motorista em uma rua localizada perto da feira de Natal que havia atacado com o veículo que conduzia em alta velocidade.
Krug, por sua vez, declarou aos repórteres que o que aconteceu era impensável para as autoridades.
“O que aconteceu é algo com que não poderíamos contar”, comentou Krug, referindo-se ao sistema de segurança que garantia a integridade do mercado de Natal, que incluía áreas destinadas à evacuação da praça onde estão localizadas as barracas da feira que ofereciam acesso eventual a ambulâncias ou caminhões de bombeiros, que acabaram sendo aproveitadas pelo autor do ataque.