Os primeiros-ministros de Alemanha, Dinamarca, Estônia, Holanda e República Tcheca apelaram nesta quarta-feira “um esforço coletivo” dos países da União Europeia para armar a Ucrânia a longo prazo em uma carta aberta publicada no Financial Times (FT).
Os mandatários começam a carta destacando que, diante da devastação do inverno, “os bravos soldados ucranianos suportam intensos e implacáveis ataques russos, sem que haja qualquer indicação de que a guerra terminará em breve”.
Os signatários da carta, Olaf Scholz (Alemanha), Mette Frederiksen (Dinamarca), Petr Fiala (República Tcheca), Kaja Kallas (Estônia) e Mark Rutte (Holanda), destacam que “a determinação da Ucrânia em lutar persiste e serve de inspiração para todos que celebram a liberdade e a justiça.
No entanto, advertem para a existência de “problemas cruciais”, entre os quais destacam que aquele país não tem munições suficientes e que os compromissos de apoio militar correm o risco de ficar aquém das necessidades da Ucrânia.
A carta recorda que a União Europeia (UE) se comprometeu a fornecer àquele país um milhão de munições antes do final de março de 2024 e lamenta que este objetivo não tenha sido alcançado.
“Mas não podemos simplesmente abandonar nossa promessa. Se os soldados ucranianos seguirão lutando, a necessidade de munições é enorme”, afirmam Scholz, Frederiksen, Fiala, Kallas e Rutte.
Segundo os signatários da carta, a UE e seus Estados-membros têm sido fortes aliados da Ucrânia desde o início da invasão russa com “um êxito tangível”, uma vez que a Rússia não conseguiu atingir nenhum de seus objetivos.
Eles acreditam que seus esforços agora “não devem diminuir” e, em vez disso, devem ser “renovados” e “redobrados”, a fim de garantir que o apoio à Ucrânia seja sustentado durante o tempo que for necessário.
Eles também acreditam que devem ser encontradas formas de acelerar as entregas da artilharia prometida à Ucrânia.
“A UE e seus Estados-membros devem renovar seus esforços e intensificar seu apoio militar (…) Deve continuar sendo um esforço coletivo”, assinala a carta.
Os líderes apelam “aos amigos e aliados da Ucrânia para que se comprometam novamente com o apoio militar sustentável a longo prazo à Ucrânia como uma responsabilidade europeia conjunta”.
Eles alertam que “a Rússia não espera por ninguém” e pedem “ação agora”.
“Se a Ucrânia perder, as consequências e custos a longo prazo serão muito maiores para todos nós. Nós, europeus, temos uma responsabilidade especial. Portanto, temos de agir. O futuro da Europa depende disso”, destacam.