Por Steve Milne
O primeiro-ministro, Scott Morrison, anunciou que a coalizão do governo não apoia as exigências pela vacinação que estão sendo usadas pelos governos estaduais australianos para incentivar a adoção das vacinas contra a COVID-19.
A declaração foi feita enquanto ele visitava a cervejaria Tooheys, em Sydney, na quinta-feira.
Ele havia se pronunciado sobre os protestos contra a obrigatoriedade da vacina em Melbourne, enfatizando a importância do comportamento civil, não importa o quão frustradas as pessoas possam estar, mas logo voltou o foco para o porquê as pessoas estão se sentindo assim.
“Claro, há muitas pessoas que estão se sentindo frustradas”, afirmou. “Quero dizer, nos últimos anos, os governos têm dito aos australianos o que fazer. Houve uma necessidade para isso, pois passamos pela pandemia, mas agora é a hora de começar a reverter tudo isso”.
Isso decorre da obrigatoriedade da vacinação em todo o país, forçando muitos australianos a se vacinarem ou perderem seus empregos. Os decretos também impediram que pessoas não vacinadas entrem em todas as lojas e instalações essenciais.
Morrison elogiou os australianos por atingirem a marca de 80 por cento com duas doses da vacina, destacando o fato de que a Austrália tem uma das maiores taxas de vacinação do mundo e uma das menores taxas de mortalidade pela COVID-19 no mundo.
Por essas razões, ele afirma que é hora dos governos darem um passo para trás admitindo aos australianos recuperarem suas vidas e permitindo-lhes as liberdades as quais deveriam ser suas.
A posição do governo sobre a vacinação obrigatória está em “circunstâncias muito específicas”, frisou.
“Não somos a favor das vacinas obrigatórias impostas pelo governo. As empresas podem fazer suas próprias escolhas de acordo com a lei, mas não pretendemos dizer a elas ou aos australianos o que fazer.”
Morrison afirmou anteriormente que as vacinações obrigatórias só devem ser aplicadas em ambientes onde profissionais da saúde trabalhem com pessoas em casos de vulnerabilidade.
“Eles (os australianos) deveriam poder tomar uma xícara de café em Brisbane a partir do momento que você possuir mais de 80%, independentemente de você ter tomado as vacinas ou não”, afirmou.
O ministro da Defesa, Peter Dutton, apoiou a posição do primeiro-ministro, enfatizando que há apenas um pequeno número de pessoas que recusaram a injeção e que os mesmos deveriam ter permissão para participar da sociedade.
“Você não pode segregar uma parte da comunidade, mesmo que discorde da decisão que eles tomaram”, afirmou ao 9 News na sexta-feira.
No entanto, houve uma considerável repercussão nos comentários do primeiro-ministro.
A premiê de Queensland (QLD), Annastacia Palaszczuk, afirma que é extremamente decepcionante que o primeiro-ministro “esteja tentando minar o forte programa de vacinação de Queensland”. Enquanto o primeiro-ministro da Austrália Ocidental (WA), Mark Mcgowan, declarou que não deveria se “andar dos dois lados da cerca”, relatou o 9 News.
Além disso, o vice-líder federal da oposição, Richard Marles, acusou Morrison de começar uma briga com os premiês trabalhistas, acrescentando que sua declaração prejudica a propagação da vacinação em WA e QLD.
Enfatizou que são os estados que fazem o trabalho pesado em termos de se manterem seguros e que as regras impostas são necessárias.
“Essas regras têm sido uma parte muito importante para chegarmos onde estamos hoje”, afirmou.
Nova Gales do Sul, Victoria e o Território da Capital da Austrália ultrapassaram o marco de 80 por cento das duas doses da vacinação, enquanto os outros estados e territórios estão entre 70 e 80 por cento totalmente vacinados.
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