Uma primeira moção de censura contra o governo da França foi apresentada nesta sexta-feira (17) na Assembleia Nacional do país, como resposta à aprovação ontem da reforma previdenciária por decreto, sem o voto dos deputados.
A moção foi assinada por 91 deputados de vários partidos, anunciou o presidente do grupo parlamentar de centro e regionalista LIOT, Bertrand Pancher.
Contudo, essa moção não recebeu o respaldo escrito de nenhum deputado do partido conservador LR, cujos apoios serão necessários no momento em que a medida seja votada para que obtenha sucesso.
“Lamento que nenhum deputado do LR seja signatário, mas espero que sejam muito numerosos na hora de apoiá-la”, disse Pancher, em entrevista concedida na sede da Assembleia.
“Faço um apelo à responsabilidade de todos os deputados para proteger a democracia”, completou o deputado de oposição, que disse existir “uma profunda crise política” na França.
O regimento da Assembleia Nacional estabelece que é preciso esperar ao menos 48 horas entre a apresentação da moção de censura e o debate e votação, o que poderia acontecer no domingo.
Para alcançar maioria absoluta necessária para derrubar o governo são necessários 289 votos, sendo que, neste momento, há 287 cadeiras ocupadas, devido várias delas estarem sem titular.
Outros partidos de oposição tinham anunciado ontem a apresentação de suas próprias moções de censura. Essa primeira tem como signatários, inclusive, partidos de esquerda.
A líder da direita, Marine Le Pen, havia antecipado que apresentaria uma própria, mas também que votaria em qualquer outra, mesmo de esquerda, para derrubar o Executivo da ministra, Élisabeth Borne
Macron não se manifestou publicamente, sequer fazendo qualquer publicação nas redes sociais.
Em ao menos seis cidades da França foram convocadas novas manifestações, com o objetivo de continuar a mobilização que começou ontem em Paris e outras regiões sobre a aprovação da reforma previdenciária por decreto.
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