Por Agência EFE
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, considerou na segunda-feira que o líder norte-coreano Kim Jong-un não quer ver as relações bilaterais “completamente rompidas”, enquanto ofereceu suas desculpas pela recente morte de um oficial sulista ao mãos das tropas do Norte.
“É algo sem precedentes e muito incomum para o Líder Supremo da Coreia do Norte se desculpar imediatamente e diretamente,” Moon disse hoje durante uma reunião com seus secretários aos quais a mídia local teve acesso.
Em outros incidentes semelhantes, incluindo a morte a tiros em 2008 de um turista sulista nas mãos do exército norte-coreano em solo do norte, a resposta do regime sempre foi mais morna e indireta, e em nenhum caso seus respectivos líderes enviavam qualquer mensagem.
Com seu pedido de desculpas, Moon disse, Kim dá a entender “que ele não quer que as relações inter-coreanas sejam completamente rompidas”, de acordo com a agência Yonhap.
Pyongyang declarou as comunicações entre as duas Coreias bloqueadas – tecnicamente ainda em guerra – em junho em protesto contra o envio de propaganda a seu território por ativistas do Sul, deixando o relacionamento transfronteiriço no seu pior desde 2018.
O pedido de desculpas de Kim veio um dia depois de Seul confirmar que o oficial, que desapareceu na segunda-feira enquanto trabalhava em um navio do Ministério das Pescas perto da fronteira marítima inter-coreana no Mar Amarelo, foi morto a tiros pelo exército do norte, que então cremou seu cadáver.
No entanto, além do pedido de desculpas, o regime condenou Seul por não esperar que o Norte fornecesse sua versão dos acontecimentos.
Pyongyang defende que o homem, que estava à deriva, deu sinais de querer fugir e que atiraram nele e depois queimaram o “objeto flutuante” que ele segurava (não seu cadáver), respeitando em todos os momentos seus protocolos de segurança de fronteira e epidemiológicos.
O Sul pediu ao Norte uma investigação conjunta, que não respondeu ao assunto e alertou Seul sobre a travessia de sua fronteira marítima em busca do corpo.
Por sua vez, Moon hoje ofereceu “suas mais profundas condolências e consolo” à família do oficial, no que é a primeira mensagem pública do presidente sobre o caso.
O principal bloco de oposição, o Partido do Poder do Povo, chamou o exército do sul de “incompetente” por não ter evitado o evento e acusou o governo de “implorar” por um diálogo, apesar da morte do oficial.
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