Presidente Lula afirma que não participará da Conferência de Paz da Ucrânia: “Sem a Rússia, não há com quem negociar”

Por efe e renato pernambucano
15/06/2024 13:33 Atualizado: 15/06/2024 13:33

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será um dos ausentes na Conferência de Paz da Ucrânia, que acontece neste final de semana, na Suíça, justificando sua ausência afirmando que “Sem a Rússia, não há com quem negociar”.

Essa declaração, que ele reiterou nesta semana em um fórum de investimentos no Rio de Janeiro, resume a posição que tem mantido desde o início da invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Lula vem propondo que todas as democracias ocidentais promovam um diálogo entre Ucrânia e Rússia; contudo, os Estados Unidos e todas as potências europeias recusam a sua proposta, argumentando que ela coloca o invasor e o país atacado numa posição de igualdade.

“Tem que haver um acordo, mas se Zelensky disser que não quer falar com Putin, e Putin disser que não fala com Zelensky, será porque eles gostam de guerra, senão eles teriam se sentado para conversar e encontrar uma solução pacífica”, declarou o presidente brasileiro, esta semana, no evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizado na sede da organização, em Genebra.

Antes de ir para a cúpula do G7, Lula se reuniu com a presidente suíça, Viola Amherd, que segundo o governo brasileiro, tentou convencê-lo a participar da conferência de paz, mas foi recebeu uma recusa absoluta.

Lula “saudou a Suíça pela organização da conferência, mas reiterou a posição do Brasil de que uma solução para a crise requer a participação de representantes de ambos os lados do conflito”, explicou a Presidência brasileira em comunicado oficial.

Nesta sexta-feira (14), na Cúpula do G7 realizada na região italiana de Puglia, diante dos líderes que compõem o grupo e do próprio Zelensky, presente na reunião como convidado, Lula ressaltou que “O Brasil condenou firmemente a invasão da Ucrânia pela Rússia e já está claro que nenhum dos lados alcançará seus objetivos por meios militares”.

Em seguida, o presidente brasileiro declarou que “só uma conferência internacional reconhecida pelas partes, como propõem Brasil e China, pode viabilizar a paz”, justificando, indiretamente, sua ausência na reunião que será realizada na Suíça neste final de semana.