Presidente filipino convoca embaixador chinês após incidente com laser

Por Agência de Notícias
14/02/2023 15:49 Atualizado: 14/02/2023 15:49

O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr, convocou nesta terça-feira o embaixador da China no país, depois que a guarda costeira filipina denunciou o uso de um laser ofuscante “militar” contra um de seus navios no Mar da China Meridional.

“O presidente convocou esta tarde o embaixador chinês, Huang Xilian, para manifestar a sua séria preocupação com crescente frequência e intensidade das ações da China contra a guarda costeira filipina e nossos pescadores”, diz o comunicado divulgado hoje pelo palácio presidencial de Malacanang.

Segundo o governo filipino, a última “ação” de Pequim consistiu em um “laser militar” contra navios da guarda costeira filipina, que levou Marcos a convocar o embaixador chinês, uma das formas mais fortes de protesto diplomático.

Embora Huang Xilian já tivesse sido convocado duas vezes pelo governo filipino desde abril de 2021 para incidentes desse tipo, nas ocasiões anteriores foi o Ministério das Relações Exteriores quem realizou a convocação e não o próprio presidente do país.

O incidente, ocorrido no último dia 6, foi denunciado ontem pela guarda costeira filipina, que acusou uma patrulha costeira chinesa de intensificar seus métodos de assédio usando pela primeira vez um laser ofuscante.

A decisão de Marcos ocorreu depois que seu Ministério das Relações Exteriores apresentou hoje um protesto diplomático contra Pequim, no qual denunciou “assédio” e “manobras perigosas” de navios chineses.

“As Filipinas têm o direito de realizar atividades legítimas em sua zona econômica exclusiva (…) A China não tem o poder ou direito de circular em torno de Ayungin Shoal ou de qualquer parte da zona econômica exclusiva das Filipinas”, destacou hoje a porta-voz do Departamento de Relações Exteriores das Filipinas, Teresita Daza.

A reação de Daza segue um comentário do Ministério das Relações Exteriores chinês no dia anterior, afirmando que sua guarda costeira “operava profissionalmente e com moderação” quando um navio filipino entrou “sem permissão” nas águas do recife Ren’ai (como a China se refere a Ayungin Shoal), sobre o qual Pequim afirma sua soberania.

Em 2022, as Filipinas apresentaram 159 protestos diplomáticos contra a China, e até agora este ano já são oito.

Este novo episódio, porém, ocorre em um momento particularmente delicado; Na semana passada, as Filipinas e os Estados Unidos assinaram um acordo que garante a Washington o acesso das suas tropas a quatro novas bases militares em zonas “estratégicas” filipinas, o que a China considerou “agravar as tensões na Ásia”.

A primeira potência global, precisamente, não demorou a reagir, manifestando hoje o seu apoio às Filipinas através de um comunicado da Embaixada americana nas Filipinas, qualificando a atitude do gigante asiático de “provocativa” e “perigosa”.

A China e Filipinas disputam a soberania de várias ilhas e atóis no Mar da China Meridional, que Pequim reivindica quase inteiramente por “razões históricas”, parte desses territórios também sendo disputados com Malásia, Vietnã, Taiwan e Brunei.

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