Presidente eleito, Milei prevê “começo do fim da decadência argentina”

Por Agência de Notícias
20/11/2023 17:56 Atualizado: 20/11/2023 17:56

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei previu neste domingo que sua vitória nas eleições marca “o fim da decadência” do país.

“Chega do modelo empobrecedor da casta, hoje voltamos a abraçar as ideias de liberdade para ser uma potência mundial”, prometeu o político, que em segundo turno derrotou Sergio Massa (55,69% a 44,30%), atual ministro da Economia.

Milei discursou sozinho no palco montado em frente ao quartel-general eleitoral de sua campanha, diante de uma multidão de apoiadores que gritavam “liberdade”, entre outras palavras de ordem.

Milei foi apresentado no palco por sua inseparável e influente irmã, Karina Milei, a quem abraçou.

O presidente eleito destacou que, com sua ajuda, a Argentina voltará ao “caminho” que não deveria ter sido abandonado por causa do “modelo empobrecedor do Estado onipresente” que beneficia apenas alguns e que resulta em “espólios” a serem compartilhados entre políticos e seus amigos.

“Hoje abraçamos novamente as ideias de liberdade”, disse ele. E, em referência aos fundadores do país, ele citou três premissas: um governo que “honre ao pé da letra” os compromissos que assumiu, “propriedade privada” e “livre comércio”.

Ele advertiu o mundo de que seu “compromisso” é com a “democracia, o livre comércio e a paz” e que trabalhará “lado a lado com todas as nações do mundo livre”.

Herança

O presidente eleito disse que o atual governo, do presidente Alberto Fernández, está “deixando uma economia destruída”, a caminho da hiperinflação, problemas no mercado de câmbio, preços relativos e dívidas.

Ele afirmou ter a determinação de colocar as contas fiscais em ordem e resolver os problemas do Banco Central.

“Essa não é uma tarefa para os mornos” ou para os “covardes” ou “corruptos”, enfatizou.

Ele também pediu a seu oponente nas urnas, Sergio Massa, que encare com responsabilidade o período de transição, que começa nesta segunda-feira e termina com a posse de Milei em 10 de dezembro.

O presidente eleito descreveu os problemas que a Argentina enfrenta como “monumentais” e lamentou que a sociedade “tenha sido abandonada” pela classe política nas últimas décadas.

Milei também advertiu os argentinos de que “as mudanças” que o país precisa “são drásticas”.

“Não há espaço para o gradualismo, não há espaço para a mornidão, não há espaço para meias medidas. Se não avançarmos rapidamente com as mudanças estruturais de que a Argentina precisa, estaremos caminhando diretamente para a pior crise de nossa história”, declarou.

Mas, ao contrário do que proclamou durante a campanha, esta noite Milei não fez alusão à sua proposta de dolarização, nem de fechar o Banco Central, ou mesmo de “passar uma motosserra” nos gastos públicos.

Líderes bem-vindos

Javier Milei convidou líderes políticos de outras áreas que queiram se juntar à mudança de que a Argentina precisa, independentemente de onde tenham estado antes ou de suas diferenças. “Eles serão bem-vindos”, garantiu.

Mas Milei reconheceu que haverá pessoas “que resistirão”, porque querem “manter o sistema de privilégios”.

Para elas, o presidente eleito garantiu “dentro da lei tudo, fora da lei nada”, porque “nesta nova Argentina não há lugar para os violentos, para aqueles que violam a lei, para aqueles que usam a força para manter seus privilégios”.

Milei agradeceu o “gesto patriótico” e a “generosidade” do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) e da ex-candidata presidencial pela coalizão dele, a Juntos pela Mudança, Patricia Bullrich.

Ambos apoiaram, segundo palavras de Milei, “desinteressadamente” sua campanha no segundo turno.

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