Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, revelou uma nova estratégia econômica na segunda-feira que inclui planos para reduzir as importações da China, em uma altura em que o México está sob pressão dos Estados Unidos e do Canadá.
O Plano México visa reduzir a dependência das indústrias têxteis e automobilísticas mexicanas das importações chinesas e ajudar os produtores de aço mexicanos, que acusaram a China de subcotar os seus preços no mercado.
Sheinbaum também defendeu o pacto comercial EUA-México-Canadá (USMCA), que será revisto em 2026.
Ela disse: “Provou ser um dos melhores acordos comerciais da história e é a única maneira de podermos competir com os países asiáticos, especialmente a China”.
As tensões com os Estados Unidos – o maior parceiro comercial do México – aumentaram nos últimos meses com o presidente eleito, Donald Trump, ameaçando impor tarifas de até 25% e acusando a China de usar o México como porta dos fundos para os Estados Unidos.
Na semana passada, o primeiro-ministro da província canadense de Ontário, Doug Ford, disse à Fox News: “A China é o problema. A China está enviando coisas baratas para o México, e depois para o México, colando-lhes um adesivo “Made-in-Mexico” e enviando-as através dos EUA e Canadá, custando empregos americanos e canadenses. O México tem de fazer uma escolha: ou com Pequim ou com Washington”.
O México implementou recentemente tarifas visando os gigantes do comércio eletrônico Shein e Temu.
Sheinbaum – que foi eleita em junho, e substituiu Andrés Manuel López Obrador, do mesmo partido Morena – não abordou diretamente as críticas a Trump ou a Ford em seu discurso.
Região com “maior potencial”
Mas ela afirmou: “Nosso objetivo é expandir para todo o continente americano, que é a visão que queremos ter para sermos a região com maior potencial e desenvolvimento no mundo”.
Sheinbaum disse que estava colocando o crescimento econômico como prioridade máxima e afirmou que as políticas que está delineando aumentariam os investimentos e colocariam o México entre as 10 maiores economias do mundo até 2030.
Atualmente, o México é a 12ª maior economia do mundo, atrás da Rússia e do Canadá.
Sheinbaum afirmou que planeja reduzir a burocracia, criar um ambiente favorável aos negócios e alcançar um nível de investimento de 28% do PIB, além de adicionar 1,5 milhão de empregos no setor manufatureiro.
Seu antecessor e mentor, López Obrador, frequentemente entrou em conflito com a iniciativa privada, mas seu ministro da Economia, Marcelo Ebrard, disse que o crescimento da economia era um “trabalho coletivo” e agradeceu ao setor privado por construir o que descreveu como um “mapa de navegação para a nova era que estamos entrando”.
O governo mexicano prometeu fortalecer a fiscalização aduaneira, uma demanda-chave da nova administração Trump.
Sheinbaum, que era cientista climática antes de entrar para a política, disse que continuaria a honrar os compromissos ambientais e estabeleceu uma meta para que a rede elétrica do México funcione com 45% de energia sustentável até 2030.
López Obrador investiu bilhões de dólares na estatal petrolífera Pemex, que está fortemente endividada e foi acusada de causar poluição.
Trump, que retornará à Casa Branca na segunda-feira, reiterou em 7 de janeiro sua intenção de impor tarifas ao México e ao Canadá, citando preocupações com cruzamentos ilegais de fronteira e o contrabando de drogas ilícitas e armas de fogo para os Estados Unidos por ambas as fronteiras.
Sheinbaum tem buscado apaziguar as preocupações de Trump e, em novembro, Trump afirmou que ela concordou em impedir que imigrantes ilegais cruzem para os Estados Unidos.
Trump escreveu em uma publicação no TruthSocial: “Ela concordou em parar a migração através do México e para os Estados Unidos, efetivamente fechando nossa fronteira sul”.
O acordo comercial USMCA foi introduzido em 2020, depois que Trump revogou o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), de 26 anos—negociado pela administração do presidente Bill Clinton—, que ele descreveu como o “pesadelo do NAFTA“.
A Reuters contribuiu para este artigo.