Por EFE
Paris, 15 ago – O presidente do Líbano, Michel Aoun, garantiu, em entrevista veiculada neste sábado, que entendeu o descontentamento da população do país, palco de inúmeros protestos contra as autoridades locais, mas que isso não o levará a renunciar ao cargo.
“É impossível, porque isso levaria a um vazio de poder. Quem assumiria o poder?”, indagou o chefe de Estado à equipe da emissora francesa de televisão “BFMTV”.
Nesta semana, o primeiro-ministro libanês, Hasan Diab, renunciou ao cargo e dissolveu o governo, embora ele e os ministros se mantenham interinamente no cargo.
Aoun lembrou que, uma renúncia da presidência forçaria a convocação imediata de novas eleições, o que acredita ser impossível pela situação atual do país.
A crise no Líbano se aprofundou depois da explosão, no último dia 4, de quase 3 mil toneladas de nitrato de amônio, que estavam armazenados no porto de Beirute, o que matou, pelo menos, 178 pessoas e deixou 300 mil desabrigados ou desalojados.
O chefe de Estado, durante a entrevista, se defendeu das críticas de não ter ido às ruas para encarar os protestos, argumentando que já visitou o epicentro da tragédia e que não poderia entrar no meio da população.
Aoun ainda garante não haver qualquer interferência da França nos assuntos internos do Líbano, apesar das fortes críticas de Emmanuel Macron contra a classe política do país asiático.
“Quando vem alguém e te estende a mão para ajudar, não é uma ingerência”, disse o presidente, em referência ao auxílio do governo francês pós-tragédia.
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