O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, disse que fará “o que for melhor para o país até o fim”, depois de ter sido destituído pelo Parlamento neste sábado, após ter declarado a lei marcial na semana passada, o que o deixa à espera da ratificação da destituição por parte do Tribunal Constitucional.
Em uma mensagem gravada em sua residência após saber que o Parlamento havia aprovado a moção para destituí-lo, Yoon defendeu mais uma vez sua decisão de declarar estado de emergência em 3 de setembro e pediu ao governo que cuide de suas funções, que foram suspensas e transferidas interinamente para o primeiro-ministro, Han Duck-soo.
“Embora eu esteja fazendo uma pausa no momento, a jornada que tenho feito pelo futuro do povo nos últimos dois anos e meio não deve parar. Levarei comigo todas as críticas, o incentivo e o apoio que recebi, e farei o que for melhor para o país até o fim”, enfatizou.
Ele também pediu aos dois principais partidos da Coreia do Sul que evitem “políticas imprudentes e beligerantes”.
Em outro discurso gravado transmitido na quinta-feira passada, Yoon disse que declarou a lei marcial para “salvar” a democracia do país, que, segundo ele, estava ameaçada pelo comportamento antiestatal da oposição, que tem maioria parlamentar.
Em um tom desafiador, ele disse que a decisão estava “dentro da esfera da autoridade executiva” e “não estava sujeita a revisão judicial”, antes de acrescentar que lutaria “até o último momento com o povo” e enfrentaria “com confiança” as tentativas de impeachment e as investigações contra ele.
Yoon, que foi proibido de deixar o país, bem como outros membros de seu gabinete – como o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, que permanece sob custódia -, e oficiais militares e policiais de alto escalão estão sendo investigados por supostos crimes de motim, abuso de poder e insurreição.
O último é o mais grave deles e pode até levar à prisão de Yoon, já que nem mesmo a imunidade presidencial prevalece em casos de insurreição, um crime que, para aqueles considerados líderes da revolta, é punível com prisão perpétua ou pena de morte (que está em moratória na Coreia do Sul desde 1997).
O presidente, que sofreu impeachment com o apoio de pelo menos 12 assentos em seu próprio partido, agora aguarda uma decisão do Tribunal Constitucional no prazo de 180 dias sobre a reintegração de Yoon como presidente – nesse caso, teria que convocar eleições antecipadas – ou a manutenção de sua destituição.