Presidente de Taiwan agradece aos EUA pelo apoio à ilha em visita estratégica

Por agência efe e renato pernambucano
06/04/2023 12:55 Atualizado: 06/04/2023 12:55

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, agradeceu aos Estados Unidos na quarta-feira (05), durante uma visita estratégica ao país, pelo apoio à ilha em meio à crise com a China.

“Para preservar a paz é preciso ser forte. Somos mais fortes quando estamos juntos”, disse Tsai a jornalistas ao lado do presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, com quem teve uma reunião na Califórnia que foi muito criticada pela China.

A presidente taiwanesa agradeceu em especial ao congressista republicano, dizendo que a “calorosa recepção deixou claro que Taiwan não está sozinha”.

Parafraseando o ex-presidente Ronald Reagan (1981-1989), em cuja biblioteca presidencial na cidade da Califórnia foi realizado o encontro, Tsai lembrou que “a liberdade nunca está a mais de uma geração da extinção, e portanto deve-se lutar por ela e defendê-la constantemente”.

“Não é segredo nenhum que a paz que temos mantido e a democracia que temos trabalhado duro para construir estão enfrentando desafios sem precedentes. Nos encontramos mais uma vez em um mundo onde a democracia está sob ameaça”, disse.

A presidente da ilha autônoma enfatizou que, “na defesa de seu modo de vida, Taiwan é grata por ter os EUA a seu lado”, destacando o compromisso de seu povo com o status quo da paz e destacando os projetos conjuntos realizados com o país norte-americano em matéria de autodefesa e de promoção do comércio e dos laços econômicos.

A reunião aconteceu em meio à tensão política com a China, que a considerou uma ameaça a sua soberania, além de advertir que tomaria “medidas firmes”.

O governo dos EUA pediu à China para “não exagerar”, enquanto o Pentágono alegou que a visita de Tsai foi “não oficial” e, portanto, a China não deveria transformar o assunto em uma crise.

McCarthy aproveitou a oportunidade para reiterar tanto na imprensa quanto na internet sua amizade com Taiwan, garantindo que a cooperação com seu povo continuaria a se expandir “através do diálogo e do intercâmbio”.

“Taiwan é uma democracia bem sucedida, uma economia próspera e um líder global em saúde e ciência. Por este motivo, os EUA vão honrar suas obrigações e reiterar seu compromisso com valores compartilhados”, disse o presidente da Câmara dos Representantes.

Além de McCarthy, Tsai se reuniu com um grupo bipartidário de legisladores americanos na mesma Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, na cidade de Simi Valley, na Califórnia.

A presidente taiwanesa, que também esteve em Nova Iorque, viajou para a Califórnia depois de voltar de sua viagem à América Central, onde visitou Belize e Guatemala, dois dos 13 países que ainda têm laços diplomáticos com Taiwan.

Em agosto de 2022, a visita de Nancy Pelosi – então presidente do Legislativo americano – a Taiwan enfureceu Pequim, que a chamou de “farsa” e de “traição deplorável”.

Em resposta a sua viagem, a China impôs sanções a Pelosi, suspendeu o diálogo com os EUA em várias áreas importantes e implantou manobras militares no Estreito de Taiwan com uma intensidade não vista há décadas.

A ilha autônoma é uma das maiores fontes de conflito entre China e Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria seu maior aliado militar no caso de um conflito com a China.

A China reivindica a soberania sobre Taiwan, que considera uma província rebelde desde que a cúpula e militantes do partido nacionalista Kuomintang lá se concentraram em 1949, após perderem a guerra civil contra os comunistas.

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