Presidente da Ucrânia concorda em manter conversações ‘sem pré-condições’ com a Rússia na Bielorrússia

Isso enquanto Vladimir Putin afirma que está colocando suas forças nucleares em alerta máximo

28/02/2022 08:52 Atualizado: 28/02/2022 08:52

Por Jack Phillips 

Em um sinal de desescalada, autoridades ucranianas afirmaram que se reunirão com seus colegas russos perto da fronteira Ucrânia-Bielorrússia, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que está colocando suas forças nucleares em alerta máximo.

O presidente Volodymyr Zelensky declarou que o governo de Kiev concordou em conversar com Moscou na fronteira. Não está claro se Zelensky participará da reunião.

“Concordamos que a delegação ucraniana se reunirá com russos sem condições prévias na fronteira da Ucrânia com a Bielorrussia, na área do rio Pripyat”, afirmou Zelensky nas redes sociais no domingo.

Zelensky, que ainda está na Ucrânia, acrescentou que o presidente bielorrusso “Alexander Lukashenko assumiu a responsabilidade pelo fato de que, no momento da partida, das negociações e do retorno da delegação ucraniana, todos os aviões, helicópteros e mísseis colocados no território bielorrusso permanecerão no solo”.

Fedir Venislavskyi, membro do partido de Zelensky, disse em comentários televisionados que uma delegação ucraniana já partiu para a Bielorrússia.

Membros do serviço ucraniano procuram projéteis não detonados depois de lutar com forças russas em Kiev, na Ucrânia, no dia 26 de fevereiro de 2022 (Sergei Supinsky/AFP via Getty Images)
Membros do serviço ucraniano procuram projéteis não detonados depois de lutar com forças russas em Kiev, na Ucrânia, no dia 26 de fevereiro de 2022 (Sergei Supinsky/AFP via Getty Images)

No domingo, Putin afirmou que está colocando suas forças nucleares em alerta máximo, declarando que a decisão foi tomada em resposta às duras sanções impostas contra ele, bancos russos e outros funcionários russos por governos ocidentais em resposta à invasão.

“Os países ocidentais não estão apenas tomando ações hostis contra nosso país na área econômica. Estou falando das sanções ilegítimas que todos conhecem. No entanto, os altos funcionários dos principais países da OTAN também fazem declarações agressivas contra nosso país”, afirmou Putin no domingo, segundo a mídia russa apoiada pelo Estado.

Enquanto isso, Lukashenko, da Bielorrússia, um fiel aliado de Putin, disse à mídia local que a continuidade das sanções levaria à “terceira guerra mundial”.

Nas últimas 24 horas, os países membros da OTAN e da União Europeia fecharam seu espaço aéreo para aviões de passageiros russos, excluíram certos bancos russos do sistema de informações bancárias internacionais SWIFT e anunciaram que estavam enviando armas, munições e combustível para a Ucrânia. Os Estados Unidos anunciaram no fim de semana que enviariam mais de US $350 milhões em ajuda, bem como armas Javelin antitanque que aparentemente foram usadas com grande efeito pelas forças de defesa ucranianas.

Putin não revelou seus planos finais na operação, mas autoridades ocidentais declararam acreditar que ele quer decapitar o governo pró-Ocidente da Ucrânia.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou no domingo que Putin estava recorrendo a táticas que usou nas semanas anteriores à invasão da Ucrânia, “que é fabricar ameaças que não existem para justificar novas agressões”.

“A comunidade global e o povo americano devem olhar por esse prisma. Nós o vimos fazer isso várias vezes”, relatou ela em comentários televisionados.

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