O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, partiu nesta terça-feira para Brasília, onde inicia uma viagem de seis dias que até 26 de abril o levará também a visitar Chile e Argentina, segundo informou a agência de notícias romena “Agerpres”.
Além de aprofundar as relações bilaterais com a região, o chefe de Estado romeno pretende discutir outros assuntos com seus homólogos, sobretudo a difícil situação criada pela invasão russa da Ucrânia.
Segundo a “Agerpres”, Iohannis buscará combater a propagação das narrativas de propaganda russa explicando a posição do seu país como membro da OTAN e da União Europeia (UE).
Na visita oficial ao Brasil, a primeira de um presidente romeno em 23 anos, Iohannis espera ser recebido hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o que se espera a publicação de uma declaração conjunta.
A Romênia tem interesse em aprofundar as relações bilaterais com o Brasil, principalmente na área comercial, onde vê potencial significativo para aumentar as trocas.
Iohannis viajará ainda ao Rio de Janeiro antes de partir para Santiago do Chile, onde pretende se encontrar com o presidente do país, Gabriel Boric.
Na capital chilena, doará ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos vários documentos sobre a obra de Samuel del Campo, o cônsul chileno em Bucareste que durante a Segunda Guerra Mundial salvou a vida de numerosos judeus da perseguição nazista.
Também entregará ao mesmo museu cópias de documentos relativos aos refugiados chilenos que chegaram à Romênia após o golpe de Estado chileno, em 11 de setembro de 1973.
Em sua última parada, Buenos Aires, Iohannis terá um encontro com o presidente argentino, Alberto Fernández.
A agenda inclui a assinatura de acordos com a Argentina sobre cooperação em situações de emergência e pesquisa agropecuária.
As últimas visitas de chefes de Estado romenos nestes três países foram as de Emil Constantinescu ao Brasil em 2000, de Traian Basescu em 2013 ao Chile e de Ion Iliescu à Argentina em 1993.
Romênia e a desinformação russa
A Romênia foi parte da União Soviética e possui um histórico consistente relacionado à propaganda russa. Durante o regime soviético, a inteligência romena integrava o serviço secreto e o gabinete de desinformação, onde a URSS espalhava sua narrativa pelo mundo.
O livro “Desinformação” dos autores Ion Mihai Pacepa e Ronald J. Rychlak é um dos relatos mais profundos sobre o assunto. O General Pacepa foi o chefe do DIE (Serviço secreto romeno) e um dos responsáveis pela desinformação soviética.
Seu livro é um precioso relato histórico de como a desinformação soviética alterou fatos e a imagem de figuras famosas através de mentiras, calúnias e distorções massivamente propagadas em escala global, sem restrições, para beneficiar a retórica comunista.
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