Presidente da Bolívia anuncia mandado de prisão contra Evo Morales

Morales entrou como candidato ao asilo político e, ao chegar, pediu ao governo de Alberto Fernández que lhe concedesse o status de refugiado político

Por Sebastian Puerta
15/12/2019 21:12 Atualizado: 15/12/2019 21:18

Por Sebastian Puerta

A presidente interina da Bolívia Jeanine Añez, declarou em 14 de dezembro, durante a visita a Jacuiba, na fronteira com a Argentina, que o ex-presidente Evo Morales deve responder à justiça por crimes de sedição e terrorismo e anunciou uma ordem de captura que está sendo processada contra ele.

“Certamente nos próximos dias esse mandado de prisão será emitido porque já fizemos as queixas relevantes”, disse Añez em declarações divulgadas por Éxito Noticias.

Quando perguntado se o ex-presidente poderia retornar em silêncio ao país, Añes respondeu que “ele pode voltar quando quiser. Ele saiu porque quis”.

No entanto, ela acrescentou que Morales “tem problemas com a justiça, então ele terá que enfrentá-los, porque cometeu sedição e terrorismo. Ele, como um asilado, não respeitou essa condição, e isso não nos surpreende”.

Ao mesmo tempo, ela enfatizou que o ex-presidente não respeitou “nem a Constituição que foi escrita e aprovada”.

“Se você tem que vir à Bolívia, sabe que precisa dar respostas ao país e que possui contas pendentes na justiça, portanto terá que se ater a isso”, afirmou.

Depois de um mês como líder do executivo em um período de transição para convocar novas eleições, a presidente interina disse que não temia que Morales agora estivesse mais perto da Bolívia.

“Nós não precisamos; No entanto, ele é um homem irresponsável no país. Ele foi a causa de tal perturbação apenas por causa da necessidade de poder, embora os bolivianos lhe dessem muitas mensagens de que seu mandato havia terminado”, afirmou, referindo-se a um referendo que negou ao presidente renunciado um quarto mandato presidencial.

“Ele só queria manter o poder e perturbar o país inteiro”, disse o líder.

Evo Morales renunciou ao poder em 10 de novembro. Ele foi exilado no México e viajou para Cuba. Ao chegar à Argentina em 12 de dezembro, ele se estabeleceu em Orán, uma cidade perto da Bolívia, a poucos quilômetros de onde Añes emitiu suas declarações. A presidente havia participado do encerramento do curso de treinamento XXXVIII dos Satinadores, na Escola de Condores do Exército da Bolívia, em Yacuiba.

Morales escolheu o local por causa da acessibilidade proporcionada a diferentes cidades do país vizinho, segundo o jornal El Expreso de Salta.

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Um grupo de ex-diplomatas bolivianos estava encarregado de alugar a casa, que será usada como centro de comando da campanha política que eles pretendem fazer à distância, acrescenta o relatório. Além de Morales, o ex-vice-presidente Álvaro García Linera e outras doze pessoas serão instalados no local.

O governo argentino determinou que o ex-presidente boliviano terá custódia policial, informou El Expreso de Salta.

Morales entrou como candidato ao asilo político e, ao chegar, pediu ao governo de Alberto Fernández que lhe concedesse o status de refugiado político.

Nova investigação

Entre as muitas controvérsias em que ele esteve envolvido o líder plantador de coca é alvo de uma investigação recente que o vincula a um grupo de supostos empresários acusados ​​de corrupção, segundo Erbol.

Óscar Ortiz, senador da Bolívia, informou em 14 de dezembro que decidiu abrir uma investigação para conhecer os verdadeiros donos de diferentes empresas, entre as quais alguns meios de comunicação. Algumas dessas empresas atuariam em procedimentos de enriquecimento ilícito.

Segundo o reclamante, o conglomerado de empresas estaria vinculado tanto a Morales quanto ao ex-vice-presidente por meio de um representante legal que serviria de ponte com outros empreendedores.

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