O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, de 78 anos, que está no poder desde 2019, foi reeleito no domingo (8) com uma margem esmagadora de 95% dos votos, de acordo com a Autoridade Eleitoral Independente da Argélia (ANIE). No entanto, em uma reviravolta inesperada, Tebboune, junto com seus concorrentes, colocou em dúvida os resultados das eleições.
A ANIE informou inicialmente uma participação de 48% dos eleitores, mas o número foi posteriormente revisado, revelando que apenas 5,6 milhões dos 24 milhões de eleitores registrados haviam comparecido às urnas.
Isso equivale a menos de 25% da população eleitoral, o que levantou dúvidas sobre a validade do pleito.
A oposição rapidamente denunciou irregularidades no processo, acusando a ANIE de divulgar informações contraditórias.
Para surpresa de muitos, Tebboune se uniu aos outros candidatos, Abdelali Hassani Cherif e Yocef Aouchiche, em uma declaração conjunta, pedindo esclarecimentos sobre os números apresentados.
A decisão de Tebboune de questionar a própria reeleição gerou incertezas sobre o futuro político do país. Até o momento, não há clareza sobre os próximos passos ou as implicações da contestação.
A Argélia, o maior país da África em extensão territorial e com uma população de quase 45 milhões de pessoas, é a segunda nação africana mais populosa a realizar eleições presidenciais em 2024.
Macron parabeniza Tebboune
O presidente da França, Emmanuel Macron, enviou suas “mais cordiais felicitações” a Abdelmadjid Tebboune no domingo, após sua suposta reeleição como presidente da Argélia.
Macron destacou a “relação excepcional” entre os dois países, apesar das tensões e crises recorrentes que marcaram a diplomacia franco-argelina nos últimos anos.
Tebboune, que foi eleito inicialmente em dezembro de 2019 com 58% dos votos, enfrentou um cenário de baixa participação eleitoral naquela ocasião, com um comparecimento de apenas 39,83%, reflexo do boicote impulsionado pelo movimento popular ‘Hirak’.
O Hirak pedia uma mudança radical no sistema político da Argélia, o que deixou o processo eleitoral sob forte desconfiança da população.