Prefeito de Portland é acusado de negar assistência policial para agentes de fronteira que chamaram 911

02/08/2018 15:39 Atualizado: 02/08/2018 15:46

Por Bowen Xiao, Epoch Times

Sindicato representante dos agentes da Imigração e Alfândega (ICE) acusou o prefeito de Portland de violar a Constituição ao adotar uma medida que impede a polícia de responder a pedidos de ajuda durante os protestos recentes, que são geralmente violentos.

Uma carta de Cessação e Desistência (PDF) (Cease and Desist é uma ordem ou pedido para cessar uma atividade, sob pena de ação judicial. Tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas podem receber uma ordem de Cease and Desist), enviada em 30 de julho pelo Conselho Nacional de Imigração e Alfândega ao prefeito de Portland, Ted Wheeler, acusou a medida de criar uma “zona de terror e anarquia”.

A carta foi enviada depois que a polícia de Portland, no Óregon, se recusou a responder a pelo menos duas chamadas de emergência feitas ao 911 por funcionários do ICE que se sentiram ameaçados durante os protestos que estavam sendo feitos próximos ao escritório, segundo relatos.

“Como todos sabem, a décima quarta emenda proíbe o governo de negar a qualquer pessoa ou pessoas a mesma proteção das leis”, diz a carta. “Sua política de não prestar serviços policiais a funcionários do ICE cria uma classe de pessoas com base em sua fonte de renda”.

Em junho teve início nos Estados Unidos um movimento chamado Occupy ICE em protesto contra a separação familiar de imigrantes ilegais devido à política de tolerância zero estabelecida por Donald Trump. O grupo de manifestantes, geralmente violentos, composto por marxistas, socialistas, Antifa, anarquistas e sem-abrigo, montaram barracas do lado de fora da sede do ICE. Em certo momento o grupo passou a hostilizar os donos de um carrinho de comida que estava do outro lado da rua do prédio do ICE e que se chama Happy Camper, uma organização isenta de impostos criada para ajudar as pessoas sem-teto.

Os proprietários do carrinho de lanches afirmaram, acompanhados da evidência de vídeos feitos com um telefone celular, que foram hostilizados e ameaçados com violência por pessoas que participavam do Occupy ICE. Eles disseram que seus clientes também foram ameaçados, e que por causa disso as vendas haviam caído 80%.

Na carta, o sindicato pediu ao prefeito para “imediatamente” cessar a medida de não responder às chamadas, acusando-o de promover política partidária. Ele também solicitou uma reunião com Wheeler para continuar o debate sobre o assunto.

“Nós compreendemos que você tem uma diferença de opinião com o atual presidente dos Estados Unidos e algumas de suas políticas, mas não vemos como atacar os funcionários do ICE e deixá-los vulneráveis à violência, ao assédio e até mesmo à morte pode promover os interesses do governo”, disse a carta.

O presidente Donald Trump fez eco a alguns dos sentimentos descritos na carta através de seu Twitter, e fez um apelo para que os funcionários do ICE sejam tratados com mais dignidade, no que parecia ser um comentário alheio à questão.

“Os democratas querem fronteiras abertas”, escreveu Trump em 31 de julho. “Eu quero segurança máxima nas fronteiras e respeito pelo ICE e por nossos excelentes profissionais incumbidos de fazer cumprir a lei!”, escreveu.

Depois de várias semanas de protestos, os manifestantes do Occupy ICE foram obrigados a retirar o acampamento em 25 de julho. As autoridades disseram que o acampamento estava em um estado repugnante e sem cuidados. O lixo era tão abundante que o trabalho de limpeza exigiu um planejamento intensivo por parte dos funcionários municipais.

“Lá existe o risco de incêndio. Lá existe o perigo de doenças, e por causa desse tipo de queixa, sabíamos que tínhamos que nos antecipar antes que a situação saísse de controle”, disse a chefe de polícia de Portland, Danielle Outlaw.

O sindicato e o gabinete do prefeito não responderam aos pedidos de comentários do Epoch Times.