Com a proximidade do dia em que se recorda os 500 anos da morte do explorador português Vasco da Gama (1469-1524), em 24 de dezembro, foi apresentado nesta terça-feira (26) em Lisboa um amplo programa cultural com a participação de historiadores que reconstruirão as aventuras do navegante e o contexto da época.
A ministra da Cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, detalhou as atividades que serão realizadas entre 16 de dezembro e 15 de março de 2025 em várias partes do país, que incluem shows, conferências e um projeto editorial lançado pela Biblioteca Nacional de Portugal (BNP).
Em frente ao túmulo de Vasco da Gama, localizado na igreja do Mosteiro dos Jerônimos, no bairro de Belém, Dalila falou a jornalistas que o programa, que tem um orçamento de cerca de 100 mil euros, visa garantir “um conhecimento mais profundo” do navegador e da história portuguesa.
Durante o evento, a ministra ressaltou a importância do ambiente em que o projeto foi apresentado, já que o túmulo de Vasco da Gama e o do escritor Luís de Camões abrem passagem para a parte central da igreja, onde está enterrado o rei Manuel I. Essas três figuras são consideradas as mais importantes da chamada “era dos descobrimentos” no país.
Dalila acrescentou que, no caso do explorador português, conhecido por ser o primeiro europeu a chegar à Índia pela rota contornando a África, “não estamos apenas lembrando sua morte, mas também celebrando a chegada e o grande feito histórico de Vasco da Gama”.
O projeto editorial para a data especial consiste na publicação de cinco volumes, nos quais são narrados os principais fatos da vida do navegador, marcados pela expedição de 1497, na qual quatro navios partiram do porto de Santa Maria, em Belém, e conseguiram chegar à Ásia pela chamada “rota das especiarias”.
Graças aos avanços da época, os portugueses puderam realizar suas explorações a bordo de navios capazes de resistir ao vento e contornaram o Cabo da Boa Esperança, descobrindo assim a costa leste da África e chegando à Índia.
O projeto editorial também narra as outras duas viagens que o navegador fez e com as quais Portugal se expandiu comercial e colonialmente.
Assim explicou o diretor da BNP, Diogo Ramada, que ressaltou que um dos objetivos deste trabalho é reconstruir o personagem de Vasco da Gama “à luz” das estruturas políticas, sociais e econômicas do início do século XVI.
O programa cultural terá início com uma homenagem no dia 16 de dezembro, quando o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, depositará flores na lápide do explorador.
A cerimônia será seguida de um show do compositor e maestro Nuno Côrte-Real e da leitura de três estrofes da obra “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, na qual ele fala sobre a viagem de Portugal à Índia liderada por Vasco da Gama.