Portugal diz não querer “satisfazer Rússia” enviando helicópteros à Ucrânia

21/10/2022 10:13 Atualizado: 21/10/2022 10:13

O governo de Portugal afirmou nesta quinta-feira que “não está preocupado em satisfazer a Rússia”, após ser alvo de críticas de Moscou por enviar para a Ucrânia helicópteros de combate a incêndios comprados da Rússia, e mantém a intenção de enviá-los, segundo informações da imprensa local.

“Não estamos preocupados em satisfazer a Rússia. Estamos preocupados em criar condições para que a Rússia possa deixar os territórios ucranianos que ocupou e voltar à legalidade internacional”, disse a jornalistas o ministro das Relações Exteriores português, João Gomes Cravinho, durante visita oficial à Irlanda.

A frota fornecida à Ucrânia seria composta por seis helicópteros Kamov.

Por sua vez, a ministra da Defesa portuguesa, Helena Carreiras, que não quis comentar à imprensa a mensagem de Moscou, assegurou que Portugal tem “a firme decisão” de continuar apoiando a Ucrânia e que se mantém o envio de helicópteros, embora a “data específica” ainda não tenha sido estabelecida, segundo a agência de notícias “Lusa”.

Até o momento, estão sendo realizadas “operações logísticas”, como “limpeza, remoção de resíduos e determinados elementos para empacotar”, entre outros processos, acrescentou Carreiras durante a inauguração de um Centro de Excelência da Otan em Lisboa.

Este centro foi criado em 2020 com o patrocínio de Portugal, Romênia, Espanha e Turquia e servirá para potencializar a informação geoespacial, meteorológica e oceanográfica.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russa, Maria Zakharova, pediu nesta quinta-feira às autoridades portuguesas para que se abstenham de entregar os helicópteros à Ucrânia, uma vez que não podem transferi-los sem o consentimento russo.

“Esta obrigação é de natureza indefinida. A Rússia não deu o seu consentimento para esta entrega, ainda mais quando Lisboa transfere helicópteros para a Ucrânia para não combater incêndios”, destacou Zakharova.

 

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