Porta-voz de Putin diz que economia russa está em ‘choque’

"A guerra econômica que começou contra nosso país nunca aconteceu antes. Então é muito difícil prever qualquer coisa"

10/03/2022 14:27 Atualizado: 10/03/2022 14:27

Por Jack Phillips 

Autoridades do governo russo disseram na quinta-feira que sua economia está em “choque” após pesadas sanções e a saída de várias empresas ocidentais do país nos últimos dias após o conflito na Ucrânia.

“Nossa economia está passando por um impacto de choque agora e há consequências negativas”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov a repórteres na quinta-feira.

Peskov, que está enfrentando sanções da União Europeia e dos Estados Unidos, disse novamente que, embora a situação seja turbulenta, Moscou pode tomar medidas para estabilizar a economia do país. Ele não as detalhou.

“Isso é absolutamente inédito. A guerra econômica que começou contra nosso país nunca aconteceu antes. Então é muito difícil prever qualquer coisa”, comentou.

Na terça-feira, o presidente Joe Biden anunciou que os Estados Unidos proibiriam todas as importações de petróleo russo, aumentando a probabilidade de disparar os preços do gás no mercado interno, devido à guerra na Ucrânia. E na quarta-feira, a União Europeia anunciou que expandirá suas sanções contra a Rússia e a Bielorrússia.

Os aliados europeus de Washington são, no entanto, mais dependentes do petróleo e gás russos e se abstiveram de sancioná-los.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse em uma conferência de energia que é imperativo que as consequências econômicas da guerra na Ucrânia não levem a uma estagflação ao estilo dos anos 1970 – uma combinação de alta inflação e baixo crescimento.

Mais de 160 russos, incluindo oligarcas e políticos, bem como o setor bancário bielorrusso, foram sancionados pela UE, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O principal diplomata da UE, Josep Borrell, disse ao Parlamento Europeu que a nova leva de sanções inclui proibições de viagens e congelamento de ativos de cerca de 100 russos em diferentes níveis de governo.

Várias corporações multinacionais também disseram que deixariam a Rússia nos últimos dias. Na quarta-feira, a Playstation, da Sony, e a Nintendo disseram que cortariam os laços.

“A Sony Interactive Entertainment (SIE) se une à comunidade global pedindo paz na Ucrânia”, disse a Sony. “Para apoiar a ajuda humanitária, a Sony Group Corporation anunciou uma doação de US$ 2 milhões ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e à ONG internacional Save the Children, para apoiar as vítimas desta tragédia”.

E um porta-voz da Nintendo disse que suspenderá todos os produtos para a Rússia “no futuro próximo” devido à “volatilidade considerável em torno da logística de envio e distribuição de mercadorias físicas”.

Antes disso, McDonald’s, Starbucks, Coca-Cola e General Electric disseram que deixariam a Rússia – pelo menos temporariamente – o que inclui o fechamento de lojas físicas.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.

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