Tradicionalmente comemorado em 25 de dezembro, o Natal será celebrado com dois meses de antecedência neste ano. A declaração foi feita durante a exibição de um programa estatal de auditório que Maduro apresenta semanalmente.
“É setembro e já cheira a Natal e é por isso que este ano, em homenagem ao povo combativo, em gratidão a vocês, vou decretar o Natal para 1º de outubro. “, declarou o chavista à plateia.
Ele ainda prometeu que o Natal começará em outubro, trazendo “paz, alegria e segurança” para todos.
Essa decisão ocorre em um contexto de crescente tensão política no país, após as eleições presidenciais de 28 de julho.
A suposta reeleição de Maduro é alvo de contestação da oposição e da comunidade internacional, que questionam a legitimidade do processo eleitoral.
Simultaneamente, a Procuradoria venezuelana, alinhada ao regime, pediu a prisão do candidato opositor Edmundo González, que reivindica a vitória nas eleições e exige a divulgação dos resultados oficiais. A solicitação foi atendida pela Justiça, que faz parte do aparato governamental de Maduro.
Este não é o primeiro caso em que Maduro decide adiantar o Natal na Venezuela. Em 2020, ele antecipou as celebrações para 15 de outubro com a justificativa da pandemia de COVID-19.
Em 2013, após a morte de Hugo Chávez e a vitória contestada de Maduro na eleição, as festividades foram antecipadas para 1º de novembro, com o objetivo, segundo o regime, de promover “felicidade e paz”.
Mandado de prisão contra González
Na mesma data do anúncio da “mudança de data do Natal”, a Justiça venezuelana emitiu um mandado de prisão contra Edmundo González. O opositor é acusado pelo regime de uma série de crimes, incluindo usurpação de funções e falsificação de documentos.
O pedido de prisão foi feito após González não comparecer a três convocações para depoimento.
A líder da oposição, María Corina Machado, criticou duramente o mandado de prisão, chamando-o de uma tentativa do regime de Maduro de intimidar e fortalecer a determinação do movimento democrático.
“Maduro está completamente desconectado da realidade. O mandado de prisão para ameaçar o presidente eleito Edmundo González apenas reforça a determinação do nosso movimento. A luta pela liberdade está mais forte do que nunca, unindo os venezuelanos e as democracias ao redor do mundo”, disse Machado.