No encerramento de sua primeira reunião cara-a-cara na Flórida, o presidente estadunidense Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping se entusiasmaram com seu novo relacionamento.
“A relação desenvolvida pelo presidente Xi e por mim, eu acho que é excelente”, disse Trump numa reunião na estância de Mar-a-Lago em 7 de abril.
Xi acrescentou: “Nós iniciamos um forte entendimento, começamos a construir uma espécie de confiança e estabelecemos as bases para uma relação de trabalho e amizade.”
Para Xi e Trump, a construção de um relacionamento cordial e ganhar confiança mútua durante a cimeira EUA-China de dois dias são conquistas cruciais, de acordo com Li Tianxiao, um comentarista político sênior da New Tang Dynasty Television (NTD), uma mídia irmã do Epoch Times.
“Isso estabilizará as relações China-EUA e estabelecerá o tom para os próximos quatro a cinco anos”, disse ele. “E apenas alcançando um entendimento fundamental pode haver resultados concretos.”
Embora nenhuma informação sobre a reunião de Trump-Xi tenha sido divulgada, as declarações e ações do governo Trump após a reunião sugerem que a relação entre Trump e Xi se traduziu em alguma medida num sucesso diplomático tangível para os EUA.
Nos dias que antecederam a reunião, Trump deixou claro que falaria com Xi sobre o imprevisível regime norte-coreano de Kim Jong-un e sobre o superávit comercial da China com os Estados Unidos.
Numa entrevista coletiva depois da reunião de 7 de abril, o secretário de comércio Wilbur Ross disse que as autoridades chinesas concordaram com um “plano de 100 dias” sobre o comércio entre os dois países, um desenvolvimento inédito, porque as discussões comerciais costumam durar vários anos. Ross acrescentou que as autoridades chinesas “manifestaram interesse” em reduzir seu superávit comercial com os Estados Unidos; uma vitória para Trump, se efetivada.
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse na mesma conferência de imprensa que ambos os países “reafirmaram seu compromisso com uma península coreana desnuclearizada”. No dia seguinte, um grupo de navios da Marinha dos EUA partiu de Cingapura para a península coreana, uma exibição de força em face dos testes recentes de mísseis de alcance intermediário realizados pelo regime de Kim.
A Coreia do Norte “é um regime imprevisível que agora é um regime com capacidade nuclear”, disse o assessor de segurança nacional Tenente-General H.R. McMaster no Fox News Sunday. “E o presidente Xi e o presidente Trump concordaram que isso é inaceitável, que o que deve acontecer é a desnuclearização da Península Coreana.”
Enquanto o regime chinês tradicionalmente condena a ação militar unilateral, particularmente no caso de sua irmã comunista a Coreia do Norte, há uma possibilidade de que Xi Jinping realmente possa tolerar uma ação dos EUA contra Kim Jong-un, de acordo com Zhang Tianliang, um comentarista da política e de questões contemporâneas chinesas.
“Xi Jinping não vê qualquer benefício em proteger a Coreia do Norte porque o país está há muito tempo sob as asas da facção de Jiang Zemin; Zhou Yongkang, Liu Yunshan e Zhang Dejiang são partidários de linha-dura do regime norte-coreano”, disse Zhang num programa de assuntos atuais da NTD.
O ex-líder chinês Jiang Zemin lidera uma influente facção política que se opõe à liderança de Xi Jinping. Zhou Yongkang, Liu Yunshan e Zhang Dejiang são figuras-chave da facção de Jiang, além de ex-membros do poderoso Comitê Permanente do Politburo.
Desde que assumiu o poder em 2012, Xi Jinping tem procurado purgar o regime chinês da facção de Jiang por meio de uma campanha anticorrupção e pôr fim à cultura de corrupção e cleptocracia posta em prática e incentivada por Jiang.
Se Xi Jinping for capaz de evitar um confronto com os EUA antes que ele liquide de uma vez por todas seu antecessor Jiang Zemin, então Xi, assim como Trump, poderá apreciar igualmente o “tremendo progresso” nas relações China-EUA.