Pompeo acusa Irã de ser “nova sede central” da Al Qaeda

12/01/2021 17:35 Atualizado: 12/01/2021 17:35

Por Agência EFE

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou nesta terça-feira (12) o Irã de ser “a nova sede central” da Al Qaeda e manter vínculos estreitos com o grupo terrorista, em uma tentativa de reforçar a pressão ao governo iraniano uma semana antes de o presidente Donald Trump deixar o poder.

Pompeo não ofereceu provas para fundamentar as acusações, mas garantiu que o Irã se tornou um refúgio mais importante que o Afeganistão para os integrantes da Al Qaeda, o que Teerã nega e alguns especialistas em inteligência consideram duvidoso.

“Para a Al Qaeda, o Irã é a nova sede central”. Teerã dá refúgio aos líderes mais importantes do grupo terrorista enquanto planejam ataques contra os Estados Unidos e nossos aliados”, disse Pompeo em comunicado.

Em discurso feito pouco antes, o chefe da diplomacia americana definiu a suposta aliança como “uma força massiva para o mal em todo o mundo” e pediu um aumento da pressão internacional sobre o Irã, mas não chegou a defender uma ação militar.

“Se decidirmos por usar essa opção, será muito mais arriscado executá-la”, disse Pompeo em discurso ao National Press Club em Washington.

Pompeo anunciou sanções contra cinco terroristas da Al Qaeda que supostamente operam do Irã ou arredores, mais uma recompensa de US$ 7 milhões por informações que levem à captura de um líder desse grupo que supostamente opera do país, Mohammed Abbatay, também conhecido como Abd al Rahman al Maghrebi.

Em novembro do ano passado, o jornal “The New York Times” afirmou que o número dois da Al Qaeda tinha morrido no Irã, algo que as autoridades iranianas negaram veementemente.

De acordo com o jornal, que citou fontes dos serviços secretos, esse líder – chamado Abdullah Ahmed Abdullah e utilizando o nome de guerra de Abu Mohammed al Masri – foi morto a tiros em agosto em Teerã por uma operação israelense a mando dos Estados Unidos.

Contudo, o Estado xiita Irã tem uma ideologia oposta ao extremismo sunita da Al Qaeda, e o combateu em várias frentes de batalha.

Alguns especialistas dos serviços secretos recordaram que o governo de George W. Bush (2001-2009) também tentou forjar ligações entre os seus dois inimigos – Irã e Al Qaeda – após os ataques terroristas de 2001, mas que as alegações foram desacreditadas.

Quando o “New York Times” relatou a morte de Al Masri, alguns especialistas em terrorismo especularam que o Irã poderia ter concordado em abrigar terroristas da Al Qaeda em troca de garantias de que não atacariam o seu território.

Em novembro, o Irã negou categoricamente que Al Masri tinha estado no seu território e rejeitou os relatórios como “mentiras deliberadas da Casa Branca”, que sob o poder de Trump desenvolveu uma estratégia de máxima pressão econômica e diplomática contra Teerã.

 

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