Políticos israelenses classificam confrontos em Amsterdã de “antissemitismo”

Por Agência de Notícias
08/11/2024 13:58 Atualizado: 08/11/2024 13:58

Tanto membros do governo de Israel, seu presidente, como políticos da oposição se uniram nesta sexta-feira (08) para qualificar de “antissemitas” os ataques contra israelenses ocorridos ontem à noite em Amsterdã por manifestantes pró-palestinos, cuja origem as autoridades da Holanda ainda não esclareceram.

O presidente Israel Herzog teve uma conversa telefónica com o rei Willem-Alexander, na qual exigiu que tomasse as medidas necessárias para “deter a terrível onda de ódio antissemita”, segundo um comunicado do seu gabinete, no qual fez um apelo aos israelenses, que assim desejarem, deixem o país.

O novo ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, lembrou na rede social X que tudo isso ocorreu às vésperas da Kristallnacht, quando entre 9 e 10 de novembro de 1938, membros dos esquadrões de assalto nazistas realizaram pogroms em Alemanha e Áustria contra judeus e suas propriedades.

“O novo antissemitismo centra-se em negar o direito de existência do Estado judeu e seu direito de se defender”, criticou o ministro, que se dirige à Holanda para se reunir com as autoridades após o ocorrido.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, escreveu em suas redes sociais que os torcedores do Maccabi Tel Aviv “encontraram com o antissemitismo e foram atacados com uma crueldade inimaginável apenas por causa de seu caráter judeu e israelense”.

“Isto não é apenas um dano para judeus e israelenses, mas um sinal de alerta para todos os países europeus contra a violência muçulmana radical”, escreveu, antes de dizer: “Hoje as vítimas foram os israelenses, amanhã serão vocês, os europeus”.

Também o líder da oposição, Yair Lapid, fez referência ao nazismo quando garantiu que o que aconteceu em Amsterdã lembra “os dias mais sombrios da Europa”, e advertiu que estes confrontos violentos são um “alerta” sobre o aumento do antissemitismo.

Benny Gantz, líder da Unidade Nacional e principal rival do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, falou diretamente de um “pogrom” em Amsterdã. “Esta é a face do mal que o Estado de Israel luta há mais de um ano e que se espalha pelo mundo”, escreveu no X.

As autoridades israelenses defendem que o país funciona como contenção dos movimentos terroristas pró-iranianos no Oriente Médio, bem como do próprio Irã, com sua ofensiva em Gaza e, sobretudo, no Líbano, embora o grupo terrorista Hezbollah tenha iniciado seus ataques em território israelense em resposta à guerra na Faixa.

“Isto parece um pogrom organizado e planejado em Amsterdã”, escreveu outro político popular e ex-primeiro-ministro Naftali Bennet.

Por sua vez, Netanyahu descreveu esta manhã o que aconteceu como um “grave ataque antissemita” e pediu ao seu homólogo holandês, Dick Schoff, que garantisse a segurança de todos os israelenses no país.

Ao menos 62 pessoas foram detidas e cinco ficaram feridas em Amsterdã, após vários confrontos entre manifestantes contra a guerra em Gaza e um grupo de torcedores israelenses que se deslocaram à capital holandesa para um jogo de futebol, informou à Agência EFE um porta-voz da polícia.

A polícia holandesa está recolhendo “informações verificadas que podem ser compartilhadas” sobre o ocorrido antes, durante e depois da partida entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, realizada ontem à noite em Amsterdã, pela Liga Europa, que será detalhado hoje durante entrevista coletiva, acrescentou o porta-voz.