Um proeminente político israelense diz que o ex-presidente estadunidense Barack Obama deve devolver seu Prêmio Nobel da Paz se forem verdadeiros os relatos de que sua gestão bloqueou uma investigação sobre o envolvimento do grupo terrorista Hezbollah no tráfico de drogas.
A mídia Politico informou em 15 de dezembro que a gestão Obama bloqueou uma investigação de longa data da Agência de Controle de Drogas (DEA) sobre o suposto tráfico de drogas e armas, bem como lavagem de dinheiro e outras atividades criminosas, envolvendo o Hezbollah.
Os investigadores da DEA reuniram provas de que o grupo terrorista apoiado pelo Irã havia enviado “cargas de várias toneladas de cocaína” aos Estados Unidos, de acordo com a reportagem.
O Hezbollah teria lucrado centenas de milhões de dólares com a operação, os quais, por sua vez, foram usados para financiar suas operações terroristas. O Hezbollah está oficialmente na lista de organizações terroristas estrangeiras do Departamento de Estado dos EUA.
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Em várias ocasiões, o Hezbollah realizou ataques de foguetes contra Israel nas últimas duas décadas.
De acordo com a reportagem do Politico, a gestão Obama “impôs uma série crescente e insuperável de obstáculos” no progresso das investigações, enquanto buscava um acordo nuclear com o Irã em 2015.
“Esta foi uma decisão política, foi uma decisão sistemática”, disse David Asher, que ajudou a estabelecer e supervisionar a investigação, ao Politico.
“Obama deve devolver seu Prêmio Nobel da Paz”, se a reportagem do Politico estiver correta, disse Yair Lapid, um parlamentar israelense e líder do partido de centro-direita Yesh Atid, de acordo com o Jerusalem Post.
Obama recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2009, após estar no cargo por menos de nove meses.
“Israel advertiu repetidamente que não pode haver conexão entre o acordo nuclear e a atividade antiterrorista, certamente contra o Hezbollah… Também advertimos sobre isso especificamente, por causa do elo comprovado entre o Hezbollah e o Irã”, disse Atid.
Israel tem sido um crítico há tempos do acordo nuclear iraniano, oficialmente chamado de Plano Global de Ação Conjunta, que foi alcançado entre os Estados Unidos, o Irã e outras potências mundiais em 2015.
Os críticos apontaram que o acordo, de fato, garante que o Irã será capaz de desenvolver uma arma nuclear até 2026. Nesse ponto, as principais limitações ao enriquecimento do urânio devem ser levantadas, permitindo que o regime iraniano instale e opere milhares de centrífugas avançadas de enriquecimento de urânio. De acordo com especialistas, uma arma nuclear poderia então ser desenvolvida dentro de seis meses.
Como o desenvolvimento iraniano de tecnologia avançada de mísseis e de mísseis balísticos não é abrangido pelo acordo nuclear, o Irã pode continuar essas atividades.
Em outubro, a gestão Trump disse que renegociaria essas partes do acordo nuclear. Se isso não funcionar, o presidente estadunidense Donald Trump disse que terminará o acordo e negociará outro.
“Até a gestão Obama, cada presidente americano lutou contra o terrorismo de forma intransigente”, escreveu Tzachi Hanegbi, o ministro israelense da cooperação regional, no Facebook. “Estou convencido de que a gestão Trump não se afastará dessa tradição e que a política ultrajante e errônea que foi revelada esta semana não será repetida.”
Michael Oren, o ex-embaixador israelense na ONU e que atualmente serve como vice-ministro no gabinete do primeiro-ministro, disse que a gestão Obama estava disposta a fazer qualquer coisa para chegar a um acordo com o Irã.
“Estava claro que o governo estava disposto a fazer qualquer coisa para chegar a um acordo, incluindo ignorar o terror iraniano que tirou a vida de centenas de americanos e israelenses e centenas de milhares de sírios”, disse Oren ao Jerusalem Post. “Esta exposição e outras que possam ser publicadas no futuro devem fortalecer nossa determinação de cancelar ou, pelo menos, alterar significativamente esse perigoso acordo.”