Por Anastasia Gubin, Epoch Times
Chocante estudo feito pelo Sindicato de Polícia da Holanda diz que o país se tornou um “narco-Estado”.
A organização disse que falou com mais de mil detetives, e eles concordam que o narcotráfico “se aninhou” no país investindo no setor imobiliário, empresas e parques de férias.
“Isso levou a um aumento do crime organizado”, disse Jan Struijs, presidente do sindicato e relator do documento, de acordo com a agência Ad.
Esse aumento está fazendo com que “muitos casos, com uma indicação de delinquência, agora permaneçam no papel”, porque com a quantidade de pessoal, só conseguimos dar conta de 1 a cada 5 deles, e isso é apenas uma parte dos diferentes grupos de crimes.
Além disso, a polícia conta que se sente frustrada porque o tráfico de drogas está fazendo sentir sua influência entre funcionários públicos e membros da hierarquia.
“O crime organizado continua crescendo e a democracia está se esgarçando. Nossos acordos em nível internacional para combater o crime organizado estão sob pressão. Os detetives se sentem enganados”, escreveu Struijs em nome dos detetives.
Em entrevista ao jornal De Telegraaf, Struijs também disse que nunca se apreenderam tantas drogas e se descobriram tantos laboratórios de drogas como nos últimos dois anos, informou Elsevier Weekblad. Por sua vez, o número de mortes causadas pelo uso de drogas na Holanda duplicou no ano passado. “A sangrenta violência das drogas da década de 1990 parece ter voltado com toda a força”, disse ele.
“Nós nos concentramos demais nos peixes pequenos. Mas não há capacidade e dinheiro para lidar com os peixes grandes”, disse Struijs.
O abuso sexual é outra questão que os preocupa. Eles denunciam que “os procuradores estão sendo pressionados para expandirem seu campo de trabalho, por exemplo por meio do processamento de mais casos de tráfico de pessoas, pornografia infantil e crimes de vingança.
“Há sobrecarga emocional” para os agentes, disse Struijs.
“Muitos detetives alertam que o estado de direito está ameaçado”, e por esse motivo, os oficiais de polícia apontam sua mira para a Justiça e a Segurança Pública.
Em resposta, o ministro da Justiça, Ferdinand Grapperhaus, discordou do relatório e negou perante o Parlamento que a Holanda seja “um narco-Estado”, informou a agência 20 Minutos em 24 de fevereiro.
Segundo o ministro, existe uma “luta bem sucedida contra o crime organizado e o tráfico de drogas” no país, embora reconheça que “ainda restam coisas a resolver na luta contra o crime”.
Grapperhaus rejeitou o pedido do sindicato para contratar dois mil novos agentes porque considerou “um número muito alto”.
O relatório, por outro lado, diz que há cerca de três milhões e meio de crimes que ainda não foram investigados devido à falta de recursos a cada ano no país. Os policiais estão ocupados principalmente com roubos, assassinatos e crimes violentos.
Além disso, membros da polícia queixaram-se de seus próprios serviços de inteligência quanto à experiência digital, com pouca capacidade e prazos extraordinariamente longos, bem como da investigação forense, que não pode mais “satisfazer a demanda”.
“Isso resulta em tempos de resposta inaceitáveis”, diz o documento.
Os policiais também se queixaram de que a ajuda da Polícia Nacional não conduziu a uma menor carga administrativa, enquanto este tipo de pressão burocrática apenas aumenta.