Funcionários do departamento de imigração e justiça dos Estados Unidos anunciaram a prisão de 214 membros da gangue MS-13 numa operação realizada de 8 de outubro a 11 de novembro. Outros 53 foram presos em El Salvador numa operação anterior.
O MS-13, ou Mara Salvatrucha, tem sido um alvo preferido sob a nova administração, principalmente porque seus membros realizam crimes particularmente brutais e a maioria dos membros está nos Estados Unidos ilegalmente.
“Membros do MS-13 usam violência para defender e aumentar seu poder e território”, disse David Rybicki, vice-procurador-geral-adjunto na divisão criminal da Patrulha de Fronteira do Departamento de Justiça.
“Eles distribuem narcóticos ilegais, traficam mulheres e meninas e extorquem comerciantes… [e] enviando seus ganhos para El Salvador”, disse ele na sede da Agência de Controle de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE) em 16 de novembro.
Cinco membros do subgrupo Sailor do MS-13 em Maryland foram presos por terem supostamente participado de três assassinatos e estarem planejado um quarto, entre julho de 2016 e junho de 2017, disse Rybicki.
“A acusação alega que, em julho de 2016, vários membros e associados do subgrupo Sailor atraíram uma vítima para uma área isolada, tentaram matar a vítima a tiro e depois a esfaquearam até a morte”, disse ele.
Dos 214 presos, 193 estão nos Estados Unidos ilegalmente, 16 são cidadãos norte-americanos e cinco são estrangeiros com status legal.
64 cruzaram a fronteira ilegalmente quando eram menores não acompanhados, a maioria dos quais agora são adultos.
Os 198 estrangeiros detidos eram de El Salvador (135), Honduras (29), México (17), Guatemala (12), Equador (4) e Costa Rica (1).
O MS-13 formou-se em Los Angeles na década de 1980, quando os salvadorenhos fugiram de uma guerra civil. A gangue já se espalhou pelos Estados Unidos e América Central, sendo seu centro operacional em El Salvador. Cerca de 10 mil membros vivem nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Justiça.
As prisões foram a segunda fase de uma operação denominada “Raging Bull” que capturou 53 membros da gangue em El Salvador em setembro, após uma investigação de 18 meses.
A operação em El Salvador foi realizada por autoridades policiais locais, com a assistência da força de Investigações de Segurança Interna da ICE. A investigação centrou-se no subgrupo Stoners Locos do MS-13, que gerou 1,9 milhão de dólares em receitas ilícitas desde 2015 por meio de crimes como extorsão, roubo, furto de veículos, lavagem de dinheiro, assalto e homicídio, de acordo com a ICE.
“O MS-13 mantém uma rede global sofisticada que apoia seu envolvimento numa ampla gama de atividades criminosas – neste país e outros”, disse Thomas Homan, o vice-diretor da ICE.
“Esses mesmos membros de gangue estão se aproveitando das comunidades de imigrantes em que vivem, cometendo atos de violência horrenda contra seus moradores, atraindo violência de gangues rivais, extorquindo pequenos negócios, traficando narcóticos nas ruas e cooptando jovens e recrutando-os para essa gangue.”
O vice-chefe da Patrulha de Fronteira, Scott Luck, disse que seus agentes no setor de fronteiras do Vale do Rio Grande no Texas trabalharam com uma equipe conjunta de inteligência de fronteira do El Salvador para detectar, identificar e coletar informações sobre membros confirmados da gangue MS-13 nos Estados Unidos.
“A gangue MS-13 é uma ameaça perigosa para nossos filhos, famílias e cidadãos não apenas dos Estados Unidos mas internacionalmente”, disse Luck.
Ele disse que, durante a operação, a Patrulha de Fronteira identificou outros membros da gangue MS-13 que estão agora na lista de vigilância do crime organizado transnacional.
Os Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) ajudaram a investigar os pedidos de asilo e outros benefícios de imigração que os membros-alvo do MS-13 solicitaram.
O Departamento de Justiça garantiu condenações contra mais de 1.200 membros da gangue até agora este ano, de acordo com o procurador-geral Jeff Sessions. O departamento também trabalhou com as autoridades centro-americanas para prender e processar cerca de 4 mil membros do MS-13.