Polícia de Ottawa apreende combustível do local de protesto do Comboio da Liberdade e realiza mais prisões

'Não há lei que permita que a polícia de Ottawa prenda pessoas por dar combustível ou comida a outro canadense', afirmou advogado

08/02/2022 15:59 Atualizado: 08/02/2022 15:59

Por Mimi Nguyen Ly 

A polícia da capital do Canadá começou a apreender combustível e afirma ter feito várias prisões após emitir um comunicado declarando que aqueles que tentarem trazer suprimentos para apoiar os milhares de manifestantes contrários aos mandatos e restrições da COVID-19 reunidos na cidade seriam presos.

“IMPORTANTE: Qualquer pessoa que tente trazer materiais de suporte (gasolina, gás, etc.) para os manifestantes pode ser presa. A execução está em andamento”, declarou a polícia de Ottawa em um comunicado nas mídias sociais, no dia 6 de fevereiro no início da tarde.

Em um comunicado divulgado às 21h, horário local, a polícia afirmou que prendeu sete pessoas. As prisões foram por acusações de danos ao longo do dia.

A polícia também afirma ter apreendido vários veículos e recipientes de combustível.

Os manifestantes que falaram com o Epoch Times afirmaram que a polícia não os prendeu no dia 6 de fevereiro por transportar combustível, mas lhes deu um aviso de que eles seriam presos por trazer combustível para o local do protesto a partir do dia 7 de fevereiro.

Pela manhã do dia 6, o prefeito de Ottawa, Jim Watson, declarou estado de emergência, o que, segundo ele, “destaca a necessidade de apoio de outras jurisdições e níveis de governo”.

Os organizadores do protesto afirmam que sua manifestação é pacífica.

Manifestantes se reúnem no Parliament Hill em Ottawa para protestar contra os mandatos e restrições da COVID-19, no dia 5 de fevereiro de 2022 (Jonathan Ren/Epoch Times)
Manifestantes se reúnem no Parliament Hill em Ottawa para protestar contra os mandatos e restrições da COVID-19, no dia 5 de fevereiro de 2022 (Jonathan Ren/Epoch Times)

O protesto começou como uma manifestação de caminhoneiros contra a exigência do governo federal de que caminhoneiros transfronteiriços fossem vacinados, mas desde então evoluiu para um grande movimento unido por pessoas de todo o Canadá para se opor a diferentes mandatos e restrições da COVID-19. Comboios de veículos chegaram a Ottawa no dia 29 de janeiro, e muitos permaneceram na cidade, com caminhões e outros veículos estacionados na Colina do Parlamento. Muitos manifestantes afirmam que permanecerão até que os mandatos sejam levantados.

O Centro de Justiça para Liberdades Constitucionais (JCCF), um grupo jurídico que representa o Comboio da Liberdade em Ottawa, afirmou que “a polícia estaria infringindo a lei se tentasse intimidar ou prender pessoas que trazem comida ou outros suprimentos para caminhoneiros que estão exercendo pacificamente seus direitos e liberdades em Ottawa”.

“Pessoas que trazem comida, água, gasolina ou outros suprimentos para caminhoneiros que protestam pacificamente não estão infringindo nenhuma lei. Não há base para essa ameaça policial”, afirmou o advogado da JCCF, Nicholas Wansbutter, em comunicado.

“Numa sociedade livre e democrática, regida pelo Estado de direito, os cidadãos podem associar-se livremente uns com os outros, inclusive dando e recebendo bens e presentes. Não há lei que permita que a polícia de Ottawa prenda pessoas por dar combustível ou comida a outro canadense.”

Os organizadores do protesto afirmam que estão dispostos a conversar com o governo, mas até agora nenhum representante do governo os contatou.

“A primeira coisa que eles precisam fazer é nos ligar. … Estamos sentados aqui, esperando ao lado do telefone”, afirmou o organizador do protesto Benjamin Dichter em uma entrevista coletiva em Ottawa, no dia 6 de fevereiro.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou que não se reunirá com os manifestantes.

Limin Zhou contribuiu para esta reportagem.

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