A polícia da França deteve nesta quarta-feira 15 agricultores por dificultarem a circulação de veículos nas imediações da central de abastecimento de Rungis, ao sul de Paris, segundo informaram as autoridades locais.
Outras três pessoas, que também haviam sido detidas, foram libertadas pouco depois.
Trata-se das primeiras detenções vinculadas aos protestos camponeses na França, que já duram mais de uma semana e que bloquearam várias autoestradas e vias do país.
No total, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, estimou em 100 o número de pontos de bloqueio erguidos em todo o país e em 10.000 o número total de manifestantes.
Em declarações à emissora de televisão pública “France 2”, Darmanin garantiu que as autoridades serão firmes na proteção da central de abastecimento parisiense, a maior da Europa, bem como dos dois aeroportos de Paris, Charles de Gaulle e Orly.
“Se tentarem entrar em Rungis, vamos impedi-los”, afirmou o ministro, que ordenou o envio de tanques policiais para deter os tratores que se dirigem ao mercado, localizado a cerca de 15 quilômetros da capital.
Este é o objetivo traçado por um comboio de tratores que partiu na última segunda-feira de Agen, no sul do país, e que ficou retido durante algumas horas em uma ponte sobre o rio Loire, a 80 quilômetros do seu destino, por agentes policiais.
Há também veículos blindados da polícia em outros pontos do protesto, como em Chennevières, na autoestrada A1, que liga Paris a Lille e Bruxelas; ou em Chilly-Mazarin, pela autoestrada A6, que vai da capital francesa a Lyon.
Na mesma entrevista, Darmanin reiterou sua intenção de permitir ações de protesto porque “os agricultores não são criminosos” e “por enquanto respeitam as regras” nas manifestações.