A polícia do Reino Unido afirmou neste sábado (10) que o dia poderá ser “crítico e difícil” para as forças de segurança devido à convocação de vários protestos de grupos de direita e antirracistas em diferentes partes do país.
Às manifestações de ambos os lados soma-se ainda o início dos jogos da segunda divisão do futebol inglês, que implica na circulação de milhares de torcedores por todo o país e aumenta a pressão sobre a polícia para administrar o controle de multidões.
“As forças da lei e da ordem estarão no limite, atentas tanto aos possíveis problemas causados pelo futebol como aos de ordem pública, embora deva dizer que os dois provavelmente se sobrepõem”, disse o vice-diretor da Polícia Metropolitana de Londres (Met), Stephen Roberts.
O dirigente policial referia-se assim à presença de elementos de direita em grupos de torcedores, com um histórico anterior de atos de “hooliganismo” e xenofobia.
“Hoje vai ser um dia crítico e realmente muito difícil para a polícia”, insistiu Roberts, que destacou, por outro lado, que desde o início do surto de violência no país, há duas semanas, mais de 700 pessoas já foram presas, das quais 300 foram indiciadas e várias delas já condenadas a penas de prisão.
O vice-diretor comemorou a coordenação e rapidez na atuação da polícia, do Ministério Público e dos tribunais para lidar com os distúrbios dos últimos dias.
“Isso significa que há uma mensagem clara para as pessoas que podem querer causar problemas e infringir a lei: se você sair hoje e infringir a lei, no final da semana estará na prisão”, alertou Roberts.
A onda de violência começou em 30 de julho, após o assassinato a facadas de três meninas em um centro de verão em Southport, no noroeste da Inglaterra, pelas mãos de Axel Rudakubana.
Esse jovem, que acaba de completar 18 anos, nasceu no País de Gales e é filho de pais ruandeses, mas as redes sociais espalharam o rumor de que é um solicitante de asilo.