O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, desmentiu nesta quinta-feira uma versão publicada na revista Semana, segundo a qual uma fonte anônima o aponta como dono de uma grande soma de dinheiro supostamente roubada da casa de sua ex-chefe de Gabinete, Laura Sarabia, e garantiu que se trata de uma tentativa de difamá-lo.
“Estes supostos depoimentos, que têm um interesse difamatório contra o presidente da República, buscam minar a confiança dos cidadãos no governo nacional, através de versões sobre acontecimentos não existe qualquer tipo de provas”, disse Petro, em visita à Alemanha, em um comunicado.
Segundo a versão publicada ontem à noite pela revista, o dinheiro roubado da casa de Sarabia, que deu origem a um escândalo no governo, “pertencia a Petro, eram cinco malas e 3 bilhões de pesos (cerca de US$ 718 mil)”.
Origem da crise
No mês passado, a publicação denunciou o suposto furto de uma maleta com uma quantia não especificada em dinheiro da casa de Sarabia, braço direito de Petro, bem como as supostas ilegalidades cometidas por membros do governo para investigar o ocorrido, que incluíram interrogatórios sem mandado e escutas telefônicas ilegais de Marelbys Meza, a babá identificada como responsável pelo roubo.
No último dia 2, o escândalo levou à renúncia de Sarabia e do embaixador na Venezuela, Armando Benedetti, que teria vazado o ocorrido à imprensa.
Em outro capítulo da crise, na última sexta-feira, o tenente-coronel da polícia Óscar Dávila, destacado para a segurança presidencial e relacionado com o interrogatório e interceptações ilegais de Meza, foi encontrado morto, presumivelmente por suicídio.
Ontem, a jornalista Vicky Dávila, diretora da Semana, publicou a versão que liga Petro ao dinheiro, segundo ela, obtida “de uma das pessoas que teve várias conversas confidenciais com Óscar Dávila, cuja morte ainda é um mistério”.
“Dávila (coronel) me disse que o Petro mandou a Laura (Sarabia) guardar o dinheiro no apartamento para ele, que o dinheiro estava perdido, então eles precisavam que ele aparecesse antes de ter que informar ao presidente que estava perdido”, disse a testemunha, de acordo com a revista.
Rejeição de Petro
Em resposta a esta publicação, Petro afirmou hoje no comunicado: “Nunca em minha existência vi sequer a quantia reclamada por uma fonte anónima e utilizada pela jornalista Vicky Dávila para uma publicação na revista Semana'”.
“Portanto, são falsas as afirmações feitas por uma suposta fonte que não se identifica, na qual estou associado a grandes somas de dinheiro. Essas declarações, difíceis de provar devido à sua natureza anônima, têm o espírito de difamação”, acrescentou.
O presidente também destaca que ao longo de sua carreira política “teve uma amizade com os donos da revista ‘Semana'”, que são a família Gilinski, e eles “são testemunhas de primeira linha de minha honra”.
“Devem ser as autoridades competentes, e não pessoas anônimas cujos interesses se desconhecem, a dar clareza sobre os processos de investigação que estão acontecendo”, disse Petro, destacando que tem “prestado as garantias para que possam realizar seu trabalho com total liberdade, acesso e transparência, sem nenhum tipo de obstáculo”.
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