O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, comparou nesta segunda-feira a situação que vive – devido aos áudios em que Armando Benedetti, ex-embaixador na Venezuela, ameaçou revelar segredos de sua campanha eleitoral – com a do ex-presidente peruano Pedro Castillo, destituído por ter tentando dar um golpe de Estado em 7 de dezembro do ano passado.
Petro se pronunciou assim no Twitter, ao comentar que o que seus adversários buscam é que não possa apresentar uma lista restrita nos próximos meses para escolher o sucessor de Francisco Barbosa como procurador-geral do país.
O presidente colombiano não reconhece a legitimidade da atual presidente do Peru, Dina Boluarte, apesar de ela ter assumido o cargo constitucionalmente, uma vez que era vice-presidente quando Castillo foi afastado.
Ontem à noite, a revista “Semana” publicou uma série de mensagens de áudio enviadas pelo ex-embaixador a Laura Sarabia, ex-chefe de gabinete de Petro, para expressar sua insatisfação com a demora do presidente em recebê-lo em meio ao escândalo da escuta telefônica envolvendo uma babá.
Benedetti também ameaçou revelar segredos do financiamento da campanha presidencial de Petro, que garantiu ontem à noite que não recebeu dinheiro do narcotráfico e que o governo não fez nada ilegal.
Segundo Petro disse em sua conta no Twitter, seu governo “não aceitou chantagens sobre cargos públicos ou contratos, nem se recebeu dinheiro de pessoas ligadas ao narcotráfico na campanha, muito menos foram movimentadas cifras como 15 bilhões de pesos (cerca de R$ 17 milhões) fora de nossa contabilidade”
“Não aceito chantagem, nem vejo a política como um espaço para favores pessoais”, declarou o presidente colombiano em um longo tweet.
Nos áudios, que causaram comoção no país, o ex-embaixador também lembra a Sarabia que levantou “15 bilhões de pesos” para a campanha de Petro e comenta que, se falar e contar quem financiou sua campanha na costa atlântica, todos vão acabar na cadeia.
A este propósito, Petro assegurou nesta segunda-feira que Sarabia “tem recebido uma enorme pressão que desconhecia”, razão pela qual “deve ter sofrido e sofre muito”.
“Nas duas entrevistas, Benedetti afirma que ajudou a conseguir doações para a campanha e que não houve irregularidades”, destacou o presidente, acrescentando que sua direção de campanha rejeitou “muitas doações e, de acordo com os critérios da lei, outras foram aceitas”.
“A maior parte do financiamento da campanha foi feito com empréstimos de bancos comerciais”, frisou.
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