Por EFE
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, defendeu nesta sexta-feira a reforma agrária e a necessidade de “criar riqueza”, para a qual deve ser criada uma “estrutura institucional e uma política industrial”.
Na cerimônia de encerramento do 7º Congresso Empresarial da Associação Nacional de Empresários da Colômbia (ANDI), realizado em Cartagena das Índias, Petro falou de alguns dos temas que moldarão os próximos quatro anos de governo.
“Quando falamos em criar riqueza, sem dúvida há uma discussão, mas, infelizmente, nas últimas décadas apenas uma maneira foi vista e se tornou dominante em todo o mundo como se fosse a economia, e foi apenas uma maneira de entender a economia”, analisou.
Neste sentido, acrescentou que desde a campanha eleitoral tem defendido “a necessidade de criar riqueza na Colômbia, não simplesmente redistribuir o que existe”, motivo pelo qual é essencial se referir à “indústria”.
“Falar de produção é falar de agricultura, agroindústria e indústria”, enfatizou.
O presidente criticou o fato de a indústria não ter nenhuma instituição governamental explícita e, portanto, “sem uma estrutura institucional, é preciso construir uma política industrial, pois é na produção que se gera a riqueza”.
Reforma agrária
“Devemos modernizar o campo, devemos fazer da terra um instrumento”, especialmente porque “uma grande parte da violência e da desigualdade social tem a ver com o fato de que este país ainda mantém que a riqueza é igual a ter terra”, afirmou.
“Temos que começar com a reforma agrária”, para refutar que no novo governo “não estamos interessados, não acreditamos” na expropriação, já que “a nacionalização da geração de riqueza não a aumenta, mas pode aniquilá-la”, como foi confirmado por exemplos não só na Colômbia, mas também em outros países ao redor do mundo.
“Na Espanha, tributam as empresas de eletricidade e os bancos. Joe Biden (nos Estados Unidos) diz temos que tributar os mais ricos; assim diz (Guillermo) Lasso, um banqueiro há 40 anos com reputação de direita no Equador, e assim diz o esquerdista (Gabriel) Boric. Não podemos continuar no mesmo caminho”, disse Petro.
Segundo Petro, isto não significa eliminar o mercado, significa que a solução “talvez seja com o Estado e o mercado”.
Em resumo, na Colômbia “temos que mudar a concepção” do mercado, nas palavras do chefe de Estado colombiano.
Petro se referiu à situação econômica do país após ouvir as palavras do presidente da ANDI, Bruce Mac Master, que em seu discurso levantou as dúvidas que o setor empresarial tem sobre as políticas econômicas e de mercado que o primeiro governo de esquerda colombiano adotará.
“É muito importante que a sociedade confie em nós (empresários) e que confiemos no governo”, insistiu Mac Master, que fez muitas referências à reforma fiscal apresentada pelo ministro da Fazenda, José Antonio Ocampo, com a qual o governo espera arrecadar 25 trilhões de pesos por ano (cerca de US$ 5,795 bilhões).
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: