O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta sexta-feira que a Suprema Corte “sempre contará” com o apoio do governo e minimizou a importância do bloqueio do Palácio da Justiça por manifestantes, ao mesmo tempo em que rejeitou o “falso relato jornalístico”.
“Eu sei que não houve violência em nenhuma mobilização no país, ao contrário do que um certo relato jornalístico falso tentou mostrar. Sei que houve um grupo de quatro pessoas tentando arrombar uma porta por dez segundos, o que os próprios manifestantes impediram”, escreveu o presidente em mensagem em sua conta na rede social X, ex-Twitter.
Os incidentes, protagonizados por manifestantes pró-governo, começaram na quinta-feira, depois que a Suprema Corte informou que não conseguiu escolher o novo procurador-geral, que substituirá o atual titular, Francisco Barbosa, que termina seu mandato na próxima segunda-feira e tem um embate com Petro, que o acusa de orquestrar um “golpe de Estado” para removê-lo do poder.
Em sua mensagem de hoje, Petro admitiu que “houve falhas no protocolo de segurança que deveria ter sido implantado no Palácio da Justiça de forma preventiva”, mas isso foi corrigido e negou que os magistrados tenham sido impedidos de deixar o Palácio da Justiça por manifestantes.
“Portanto, não há inépcia ou arrogância. A Suprema Corte sempre terá o apoio do governo”, concluiu Petro na mensagem.
A escolha do promotor
O presidente da Suprema Corte de Justiça da Colômbia, Gerson Chaverra, condenou ontem o que chamou de “bloqueio violento e ilegal” do Palácio da Justiça depois que, após duas rodadas de votação, nenhum dos três candidatos propostos por Petro conseguiu a maioria qualificada de 16 votos para ser nomeado procurador-geral.
Os manifestantes, que estavam na Plaza de Bolivar convocados por sindicatos e organizações sociais, cercaram o Palácio da Justiça para expressar sua rejeição ao atraso na eleição do próximo chefe do Ministério Público (MP) e impediram a saída dos magistrados.
Após o pedido de calma de Petro, a polícia restabeleceu a ordem e retirou os funcionários da Suprema Corte que permaneciam no prédio.
Como não foi possível escolher um novo procurador-geral, a vice-procuradora Martha Janeth Mancera, que também tem sérias divergências com Petro, será a responsável temporária pelo MP.