Por Joshua Philipp, Epoch Times
O regime comunista da Coreia do Norte pode ter tido ajuda externa no avanço do seu programa de armas nucleares, de acordo com um novo relatório publicado pela Jane’s Intelligence Review e de autoria da IHS Markit, uma empresa de inteligência de defesa.
O relatório observa, de acordo com um comunicado de imprensa, que “a Coreia do Norte utilizou conhecimento, tecnologia ou hardware estrangeiros em seu programa de mísseis balísticos”.
A análise centra-se no Hwaseong-15, o míssil balístico intercontinental (ICBM) da Coreia do Norte, que foi lançado em novembro de 2017. A mídia estatal norte-coreana declarou que o míssil era capaz de atacar qualquer parte do continente americano.
De acordo com o comunicado, o regime da Coreia do Norte teria feito progressos significativos em seus programas de armas nucleares num prazo muito curto, referindo-se ao fenômeno como “avanços sem precedentes”, e observa que a Coreia do Norte afirma ter exibido quatro dos mísseis durante seu desfile militar de 8 de fevereiro em Pyongyang.
Isso seria improvável sem ajuda externa. O comunicado de imprensa da Jane’s afirma: “É bastante provável que a Coreia do Norte tenha usado conhecimento, tecnologia ou hardware estrangeiros no desenvolvimento do ICBM Hwaseong-15.”
O relatório observa: “Dado o tempo e recursos de teste limitados disponíveis para a Coreia do Norte, é bastante improvável que a Coreia do Norte possa projetar, desenvolver, testar motor e integrar os componentes em… sistemas de mísseis intercontinentais sem assistência externa.”
Um esquema detalhado do míssil mostra que ele contém tecnologia russa da era soviética; e usa um lançador móvel chinês modificado.
Jane’s sugere que é possível que tenha havido uma transferência de tecnologia que permitiu que a Coreia do Norte construísse as armas. No entanto, acrescenta que, uma vez que parte da tecnologia poderia ser obtida por meio de métodos de código aberto, não se pode confirmar se a Coreia do Norte recebeu assistência direta.
“A Coreia do Norte poderia ter adquirido informações sobre [a tecnologia das armas] de uma variedade de fontes, incluindo algumas disponíveis online”, disse Neil Ashdown, editor-adjunto da Jane’s Intelligence Review, no comunicado.
“Mesmo que a Coreia do Norte tenha adquirido hardware relacionado a esses sistemas, não podemos dizer com confiança de onde isso teria vindo, e mais importante quando. Isso não significa que uma transferência não ocorreu, apenas que não podemos provar isso com base nas informações que temos”, disse Ashdown.
Um dado de informação importante, diz o comunicado, é que o míssil Hwaseong-15 não havia sido visto publicamente antes do seu lançamento em novembro de 2017; e que “ele difere dos mísseis norte-coreanos previamente observados”.
Ele também observa que o novo míssil usa um motor de propulsão líquida de maior energia, e a Coreia do Norte fez muitos poucos testes públicos desses sistemas.